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Francisco Beltrão
sábado, 31 de maio de 2025

Edição 8.216

31/05/2025

Menor Aprendiz: Programa dá oportunidade para estudantes

Devido à recessão econômica, empresas diminuíram número de vagas para os adolescentes.

 

Menor aprendiz empacota produtos comprados por clientes em mercado. Programa é bem avaliado.

Em Francisco Beltrão, o Programa Menor Aprendiz conta com 64 estudantes beneficiados. Os alunos passam um tempo na Escola Oficina e depois são encaminhados para a prestação de serviços. A instituição tem mais estudantes que poderiam ganhar experiência em empresas, mas, com a crise econômica, o número de vagas vem sendo reduzido.

Os integrantes do programa estudam em determinado período nos colégios de ensino regular e, no período matutino ou vespertino, trabalham quatro ou seis horas nas empresas parceiras. Conforme contrato de trabalho, estes adolescentes contam com direitos trabalhistas como registro em carteira, recebem remuneração mensal, vale-transporte, auxílio alimentação, férias e, no final do ano, o 13º salário. O salário mínimo dos adolescentes incluídos neste programa é de R$ 3,58 por hora trabalhada, podendo chegar a valores mais elevados, dependendo da empresa.
Os menores aprendizes atuam principalmente nas funções de repositor de mercadorias, vendedor do comércio varejista e auxiliar administrativo. Em Beltrão, o programa conta com 22 empresas conveniadas. A coordenação e a manutenção do programa no município são de responsabilidade da APMIF (Associação de Proteção à Maternidade, Infãncia e Família) Haroldo Beltrão, Secretaria de Assistência Social e Escola Oficina Adelíria Meurer. Os profissionais da instituição de ensino ministram a formação teórica dos menores e fazem avaliações semestrais com as empresas sobre desempenho dos alunos participantes do programa.
Em anos anteriores, as empresas chegaram a ofertar cerca de 80 vagas pelo Menor Aprendiz. Neste ano, em função da crise econômica, houve uma pequena retração no número de vagas ofertadas – são 64 contratados. 
“Neste momento, as empresas deram uma estagnada no número de contratações de menores aprendizes, esperando para ver como o mercado econômico irá se comportar”, diz Marineia Regina Debona Livi, educadora social e coordenadora do Menor Aprendiz em Francisco Beltrão.
A Escola Oficina Adelíria Meurer atende cerca de 220 alunos de 6 a 16 anos. Na faixa de idade exigida pelo Programa Menor Aprendiz (de 14 a 18 anos), além dos 64 já empregados, há outros 80 que poderiam ser encaixados nas empresas. Marineia observa que, normalmente, quando as empresas solicitam um aluno, a Escola Oficina dá preferência àqueles que estão matriculados e frequentando regularmente as oficinas da instituição.
Há cerca de cinco anos, o programa foi disponibilizado para as empresas em Beltrão. O Menor Aprendiz é um programa do Governo Federal e está em vigor há cerca de dez anos. Em Beltrão, tem funcionado bem, boa parte dos adolescentes que se destacam no trabalho são efetivados pelas empresas, ressalta a coordenadora.
Há quatro anos, o Super Pão aderiu ao programa. Geralmente, os adolescentes são contratados para dois anos e a maioria é efetivada ao final do contrato. Juliane Ruthes, gerente de Recursos Humanos do Super Pão, considera importante o Menor Aprendiz. “Além de estarem na Escola Oficina aprendendo, eles vêm e colocam isso em prática”, comenta. 
A gerente diz que os adolescentes são bem solícitos e proativos. A cada três meses, a gerência de RH alterna os participantes entre os setores do mercado, exceto nos setores que oferecem riscos de acidente. O Super Pão emprega, atualmente, cinco menores aprendizes. 
Na edição de quarta-feira, o Jornal de Beltrão publica entrevista com a procuradora Priscila Schvarcz, do Ministério Público do Trabalho, que falará sobre o programa. 

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Marcos José, caixa, Luana Eduarda Zanini, Rosineide Venzo, Juliane Ruthes, Vinícius Luz, Patrício Gonçalves e 
Rafael Miranda, do Super Pão. Empresa tem em seus quadros cinco menores aprendizes. 

 

Adolescentes gostam de trabalhar nas empresas

 Os estudantes que frequentam a Escola Oficina e conseguiram ser encaixados em empresas estão ganhando experiência e elogiam a iniciativa. Leandro Tomalack, aluno do 2º ano do ensino médio no Colégio Estadual Tancredo Neves, trabalha de auxiliar administrativo há um ano na BRF. Há 16 meses, ele participa das oficinas ofertadas.
“É muito bom, só no começo você não sabe o que fazer. Depois pega o jeito. É uma experiência a mais. Se um dia perguntarem onde você trabalhou e forem perguntar na BRF, vão ter informações, referência.” O aluno considera interessante esse programa, porque assim o adolescente “não perde tempo, não fica na rua, está numa oportunidade de trabalho e ganhando dinheiro, é bem importante”.
Na BRF, Leandro busca papéis em outros setores, emite notas fiscais, faz serviços no computador. Ele é o filho mais novo e, no futuro, quer cursar Engenharia Civil. O menor aprendiz diz que consegue conciliar os estudos com o trabalho.
Valéria Macagnan Schwingel, 15 anos, aluna do 2º ano do ensino médio do Colégio Estadual Mário de Andrade, começou a frequentar a Escola Oficina em março deste ano. Ela já estava trabalhando na Ambev, de auxiliar do setor financeiro, um cargo de responsabilidade, apesar da pouca idade.
A aluna digita documentos e também arquiva documentos enviados pelos outros setores.  “É uma grande responsabilidade”, salienta. Mas ela está gostando do trabalho e da escola. Na Ambev, conta a estudante, “aprendi muitas coisas do pessoal e profissional, eu consegui ter mais maturidade, consigo relacionar minhas horas no emprego (com os estudos)”.

Os menores aprendizes Leandro Tomalack e Valéria Macagnan Schwingel com a professora Marineia: experiência nas empresas.

 

 

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