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Francisco Beltrão
sábado, 31 de maio de 2025

Edição 8.216

31/05/2025

Muitos estradeiros são casais de aposentados

Beltrão

Moacir e a esposa, Clory Feiten, com Janaina Melati, coordenadora do Setor de Turismo, Inácio Pereira, secretário de Desenvolvimento Econômico, e Angela Paludo, assessora executiva da Semdetec.

Foto: Assessoria de Imprensa

Terminou domingo, dia 1º de dezembro, no Parque de Exposições de Francisco Beltrão, o Encontro de Motorhome. Cerca de 250 veículos adaptados estavam estacionados em diversos pontos do parque. O evento em Beltrão abriu as comemorações dos 30 anos dos “estradeiros” paranaenses, que viajam pelo Brasil e a América conhecendo cidades, pontos turísticos e pessoas.

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Moacir Feiten, funcionário aposentado do Banco do Brasil, coordenou o encontro. Ele é beltronense, de família tradicional, e casado com a também bancária beltronense e aposentada Clory de Moraes Feiten. As famílias de ambos, por sinal, moravam no Bairro da Cango. Nesta semana, Moacir falou um pouco da vida desse pessoal que escolheu viver na estrada.

JdeB – Qual é o perfil desse pessoal? Porque tem gente que acha que é um estereótipo, que é coisa só de aposentado. Não é isso?
Moacir Feiten – Vou me basear no meu perfil, eu estou há 22 anos nesse estilo de vida diferente, só que eu estou aposentado somente há quatro anos. Depois de 30, 40 anos de labuta, você tem uma autonomia financeira, você já cumpriu um papel em termos laboral. Então, a grande maioria é, sim, de aposentados. A faixa-etária é de 50 a 60 anos. Porém, no Brasil, por incrível que pareça, ela está rejuvenescendo, hoje nós temos muita gente nova chegando. Por isso que na terça-feira nós temos um número, mas sexta-feira praticamente dobra, porque os que trabalham chegam no final de semana.

Temos exemplos de pessoas que fazem caminhadas grandes, outras que andam de bicicleta pela América. Tem também a questão do pessoal de viagens de motos. Como é chegar em um momento da vida e falar: “Eu vou fazer isso! É isso que eu quero fazer!”, como é tomar esta decisão e depois manter essa decisão?
A gente é de uma faixa-etária que nós usávamos barracas, nós fazíamos acampamentos, coisas assim. Então, você vai evoluindo e chega no motorhome, que é uma casa com motor, e o grande sonho é um só, você acaba aprendendo o despojamento, você descobre que se prepara pra muito e vive com menos. O despojamento de viver numa casa de 20, 30 metros quadrados, dependendo do tamanho do carro, e na simplicidade. Aí o filósofo diria: “Da natureza viemos, da natureza retornaremos”. Esse é um estilo que você acaba descobrindo, você vive bem, de uma forma bem mais simples. Eu, por exemplo, na minha profissão, morei em 25 cidades diferentes, inclusive Beltrão, e você sonhava em ter uma casa enorme, ter todo um aparato de luxo, e hoje o motorhome ensina que eu vivo com muito menos do que aquilo que eu precisava ou era necessário. Aí entra o sonho de conhecer lugares, porque você viajar é trocar a roupa da alma, todo dia você vê coisas diferentes, aprende com pessoas diferentes e todos os dias você descobre que o mais importante é a amizade e o congraçamento.

Como é o custo para se manter com um motorhome?
Eu diria que, se você andar no parque de exposições, vai ver que tem de todas as categorias. Eu costumo brincar que é uma casa ambulante, mas é uma casa tipo uma quitinete, você tem quitinetes de 50 mil reais e tem quitinetes de um milhão, depende o que você quer nela. Então, a questão de deslocamento, tem muitos de nós que brincam assim: eu tenho “x” dinheiro, eu vou andar “x” quilômetros por mês. É de acordo com a sua possibilidade e, nesse ponto, a surpresa que a gente tem depois que se aposenta é essa, a gente vive com menos que a gente imagina. E a questão do diesel é muito relativo, porque eu vou me alimentar aonde eu estiver, isso não altera, o que altera é só o combustível. Muitas vezes, no local onde você está instalado, com casa e coisas assim, você gasta mais do que o combustível; dependendo do preço do condomínio, ele é mais caro que o combustível.

 

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