Eles levantam cedo para transportar crianças e adolescentes às escolas.
Há 27 anos a rotina de seu Valdinei “Nei” Lazarotto, 58 anos, é praticamente a mesma. Ele acorda cedo e começa a trabalhar com sua van Renault Duster, com capacidade para 15 passageiros, levando alunos às instituições de ensino superior de Francisco Beltrão.
A família está totalmente envolvida no transporte de alunos e coletores de aves para indústrias avícolas da região. A esposa Maria Terezinha auxilia seu Nei no transporte dos alunos e o filho William também se dedica ao transporte de passageiros. Mas a família Lazarotto, proprietária da Lazzatur, tem seis veículos para o transporte.
Nei comprou uma van – Besta – de um vizinho porque ele queria comprar um ônibus. O negócio aconteceu depois que Nei se machucou quando ainda trabalhava numa madeireira do Bairro Pinheirinho. A compra deu certo e Nei passou a transportar 22 alunos à tarde para as escolas e a levá-los de volta pra casa no fim da tarde.
Ele continuou trabalhando na empresa porque foi montado um turno à noite. Por isso, Nei conseguiu conciliar o transporte dos alunos durante o dia e trabalhar à noite na madeireira.
Mas pouco tempo depois Nei decidiu deixar a empresa, porque um outro transportador parou e passou os alunos da manhã e da noite pra ele. A partir daí, o número de clientes aumentou.
No começo, Nei enfrentou dificuldade com as rotas, mas conseguiu superar e se adequar à nova realidade. “A adaptação vem com o tempo.” Uma das preocupações no trânsito é porque está transportando pessoas – crianças, adolescentes e jovens. “Tem que estar sempre ligado.”
A esposa Maria Terezinha trabalha junto, na van, porque são transportadas crianças de várias faixas de idade. Ela acompanha a saída e a entrada dos alunos. Hoje, uma facilidade para o motorista é que a porta é automática.
Ao longo destes 27 anos, Nei sofreu dois acidentes, mas nunca se machucou. Em 2023 o veículo tombou, mas nenhum dos passageiros se machucou.
Rotina puxada diariamente
A rotina do casal começa às 5h40 da manhã e vai até as 7h45 pegando os alunos e levando-os para escolas do ensino fundamental, médio e infantil. Eles recomeçam às 11 horas e seguem até 13h30 pegando os alunos nas escolas ou casas – uns embarcam, outros desembarcam. De tarde, eles começam às 16h15 e vão até 19h30 e depois das 22h30 às 23h40.
Depois que chega em casa, Nei dá uma limpada nos veículos, porque no dia seguinte recomeça tudo novamente e é preciso ver se os veículos precisam de algum tipo de manutenção em oficina.
Dona Maria destaca situações interessantes destes anos todos. Tem alunos que começam pequenos sendo levados pelo casal para escola e continuam com eles até a chegada na faculdade. E como são muitos os clientes, tanto os alunos quanto as famílias, Nei e Maria Terezinha conhecem muitas pessoas.
Nos finais de semana a empresa é contratada para levar pessoas a eventos de igrejas, casamentos, aniversários, festas de família e shows.
Também há vans da família que prestam serviço para a CCA Carregamentos. O pessoal da coleta é levado para vários lugares a fim de fazer a coleta de frangos ou perus para as integradoras de aves.
Aliás, esse serviço de transporte de coletores de aves ajudou a família a se manter na atividade durante a pandemia de covid. “Foi o que nos salvou”, diz seu Nei. Hoje a empresa tem duas vans que transportam estudantes e quatro prestam serviço para a CCA Carregamentos. São duas Ducatto, três Máster e uma Renault Duster.
O filho William, de 34 anos, começou a ajudar os pais no transporte de passageiros com 21 anos de idade. William se criou dentro das vans. Tinha sete anos quando o pai começou a atuar nesta área. Ele também puxa alunos. A empresa tem mais quatro funcionários que fazem as rotas de coleta para a CCA. Eventualmente, Nei ou William também fazem o transporte do pessoal da CCA.
