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Francisco Beltrão
quarta-feira, 28 de maio de 2025

Edição 8.213

28/05/2025

Nelson Klaus teve parte da casa levada por rio subterrâneo de Francisco Beltrão

Causas do desmoronamento ainda estão sendo avaliadas pela Defesa Civil.

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Parte residencial do imóvel foi interditada e município pretende reconstruir estrutura do canal. Foto: Leandro Czerniaski/JdeB.

Por Leandro Czerniaski

Uma cratera se abriu nos fundos do terreno da Gráfica Klaus, localizada no bairro Alvorada, em Francisco Beltrão. A estrutura do córrego que passa por debaixo do local cedeu, “engolindo” parte da residência da família Klaus, que mora há quase 30 anos no local.

O sinistro aconteceu dia 28 de fevereiro, no fim da tarde. Não chovia no momento. Seu Nelson e a esposa estavam nos fundos da casa, tomando chimarrão, e escutaram alguns estralos na estrutura. Eles saíram pra verificar se havia algo no telhado e já sentiram a movimentação do solo. “Quando me virei pra ver a casa, vi uma coluna se abrir e a terra começou a tremer, então saímos correndo pela lateral até chegar lá na frente, porque não sabíamos o que estava acontecendo, achava que a casa inteira ia cair”, relata.

Paredes, o chão e móveis da cozinha foram parar dentro da cratera. Como não puderam retirar os objetos do córrego, perderam móveis, eletrodomésticos, alimentos e até medicamentos, levados por uma enxurrada, dois dias depois do desabamento.

O Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil estiveram no local. Cerca de 200 metros quadrados da residência foram isolados. A família retirou a mudança e está abrigada em um apartamento alugado, mas ainda pode trabalhar na parte da gráfica, onde também funciona um ponto do Mercado Livre.

O desabamento levou a cozinha e móveis de Nelson Klaus, no Bairro Nossa Senhora Aparecida, em Francisco Beltrão. Foto: Leandro Czerniaski/JdeB.

Imóvel regular

O córrego onde ocorreu o deslizamento é conhecido como “rio das piscinas”, porque passa próximo à antiga Ajub. Ele tem mais de 1,5 km e interliga a pedreira Mãe Natureza e o Rio Marrecas, na altura da Rua São Paulo. O pequeno rio foi canalizado há cerca de 50 anos e seu leito foi aterrado, dando espaço para terrenos e construções. A família Klaus reside sobre o rio desde 1993. Comprou o terreno de uma empresa que já operava no local desde os anos 70. O imóvel está regularizado, com escritura, recolhimento de IPTU e certidão de Habite-se, além de sediar a gráfica, com alvará de funcionamento e inspeções do Corpo de Bombeiros em dia.

Nelson conta que nunca houve qualquer problema com o imóvel devido à localização. “A gente sequer escutava o barulho da água e, de repente, acontece isso”, diz. No local, é possível perceber que a canalização do córrego não foi feita com tubos, mas com concreto armado. A laje superior cedeu e causou o desmoronamento. O rio à mostra exala um cheiro forte de esgoto.

Reconstrução da área

A energia e tubulações de água do imóvel foram desconectadas da parte afetada. Em contato com a Defesa Civil, o JdeB apurou que o Município pretende reconstruir a estrutura de canalização do córrego e que está avaliando tecnicamente como realizar o serviço. Outros pontos do rio também foram vistoriados e nenhum indício da desmoronamento foi identificado, segundo o coordenador da Defesa Civil, Renato Miller.

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