18.2 C
Francisco Beltrão
quinta-feira, 19 de junho de 2025

Edição 8.229

20/06/2025

VOLUNTÁRIO POR VOCAÇÃO

Neri Bulin, aposentado, 67 anos, é sinônimo de voluntariado

Ele dedica parte do seu tempo à Paróquia Cristo Rei e à Guarda São Cristóvão.


José Neri Bulin, 67 anos, está aposentado há sete anos e dedica parte do seu tempo da semana para atividades voluntárias. Foi funcionário do Frigorífico Chapecó e depois da Sadia/BRF. Trabalhou nos setores de fomento e balança, acerto de lotes e entrega de pintinhos da agroindústria Sadia em Francisco Beltrão.

Ele preside a Associação Rádio Comunitária Anawin, coordena a comissão de revitalização da Igreja Matriz Cristo Rei, do Bairro Cango, atua como guarda São Cristóvão, ministro auxiliar da comunidade e agente da Pastoral Carcerária.

José Neri Bulin, voluntário de várias entidades. Foto: Arquivo pessoal.

Neri entrou na guarda após ouvir na Rádio Onda Sul dois diretores da entidade falarem que precisavam de voluntários para as atividades. Ele ligou para um dos diretores e se propôs a entrar, ajudar. A diretoria colocou seu nome em apreciação e ele foi aprovado como novo integrante. O padrinho dele, para entrar na entidade, foi Boaventura Ficanha, que hoje participa da Associação da Guarda. “E a partir daí continuamos o trabalho, estamos até hoje”, conta o voluntário – são 12 anos na guarda.

- Publicidade -

Realização de um sonho
Ao entrar para a entidade, Neri Bulin tornou realidade um sonho que acalentava há muitos anos. “Sempre foi um sonho. Quando comecei a enxergar a Guarda nas festas, era o sonho de todos entrar, participar, vestir essa farda. Lembro lá atrás, quando morria um motorista, era sempre a guarda que conduzia”, conta.

A família aceitou a adesão de seu Neri à entidade. A esposa Roseli de Lara Bulin teve convite para participar, mas declinou. “Onde eu vou, tanto nas atividades da igreja como aqui na Guarda, ela sempre me apoia”, diz Neri.

Primeiro trabalho na Guarda: festa no interior
Seu primeiro trabalho como guarda foi em uma promoção social. “Eu comecei numa festa. Hoje até tem pouca festa no interior, mas na época, quase todo domingo nós tínhamos trabalho de cuidar do estacionamento nas festas e fazer algum trabalho funeral. Quando você faz o primeiro trabalho ali, você fica até meio perdido, mas depois, sim, você alinha no meio e todo mundo ajuda, é um sonho realizado.”

Os guardas estão em eventos sociais, auxiliando no trânsito, na coordenação dos estacionamentos e também nos funerais, carregando as urnas com os corpos nas igrejas ou nos cemitérios. Neri percebeu que pessoas olham para os guardas com respeito. “A gente se sente até meio constrangido. As pessoas tratam a gente como autoridade, mas a verdade é que a gente está prestando um serviço social, principalmente em velórios. Mas a gente vê o prestígio que tem aquela farda”, comenta Neri.

Superando doenças
Pouco tempo depois de começar os serviços na Guarda, Neri enfrentou um câncer nos pulmões. O problema foi detectado em 2014. “Na verdade, eu não fiquei muito tempo afastado porque foi um tratamento em que eu fiquei um pouco internado, na verdade, cinco dias na UTI e mais quatro dias fiquei me recuperando no hospital, eu saí normal, eu não pude mais trabalhar, fiquei um pouco afastado do trabalho, mas no serviço social a gente sempre aí o que eu me interei mais ainda, depois que eu passei esse período no hospital, foi o que eu mais ainda me engajei na área social, porque a gente vê a dificuldade que temos estando dentro de um hospital”, conta.

Em 2020 ele fez uma cirurgia bariátrica e também ficou um pouco internado em hospital de Pato Branco. “Então a gente vê, aprende a dar valor às coisas materiais, porque não adianta você ter as coisas materiais e estar dentro de um hospital, você vê que não tem nada.”

O cotidiano de seu Neri está tomado com os serviços voluntários. “A gente tem as pessoas certas nos lugares certos. Tipo aqui na rádio, eu estou como presidente, mas quem administra é o Amaro, ele é o nosso responsável, ele que faz tudo, mas eu passo sempre por aqui. Na igreja eu sou ministro, tem uma escala de serviço e eu participo também da Pastoral Carcerária. Visitamos tanto o presídio como aqui na 19ª SDP, fazemos visita para os presos uma vez por semana, levando a palavra da igreja pros detentos, então, mas pra tudo a gente tem uma organização que, todos aqueles que dependem, vai na hora certa estar ali, à disposição”, realata.

Na Guarda ele exerce o cargo de secretário e sempre aparece um trabalho para Neri fazer: exéquias, funeral, festa. “A gente sempre é convocado, eu faço a convocação, e aí aqueles que estiverem disponíveis nesses dias colocam o nome e fazemos uma escala”, explica.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Destaques