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Francisco Beltrão
terça-feira, 27 de maio de 2025

Edição 8.212

27/05/2025

Nova opção, balé para mulheres adultas

Ex-alunas voltam aos ensaios e às apresentações e mostram sua paixão pela arte.

A cidade de Francisco Beltrão é rica culturalmente. Há escolas de danças, de idiomas, música e canto, grupos de teatro, pessoal que canta em igrejas e oficinas de cultura nas escolas municipais pelo projeto de ensino integral. Os pais costumam colocar seus filhos, ainda pequeninos, em aulas de danças, de instrumentos musicais, entre outros. Mas em relação às pessoas adultas, especialmente as mulheres, o que fazem? A maioria vai para as academias de musculação, faz caminhadas ou aulas de hidroginástica. Outras optam pela dança: balé, jazz, etc.

Em 2017, ao comemorar 40 anos, a Escola de Ballet Mirna Pécoits promoveu um espetáculo especial para celebrar a data. Uma das apresentações reuniu alunas, ex-alunas e teve mães e filhas que dançaram juntas. “Então, elas [as ex-alunas, hoje mães] perceberam que poderiam voltar a dançar. E foi ali que elas se entusiasmaram e no outro ano vieram e falaram pra abrir a turma.”

A princípio, Mirna não pretendia abrir uma turma de alunas adultas. Mas foi pressionada. “Eu acabei cedendo e nós fizemos uma turma de ex-alunas, outras que não eram ex-alunas e que começaram a fazer o balé adulto”, conta Mirna.

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As ex-alunas voltaram às aulas semanais e demonstraram que estavam empenhadas e comprometidas com a dança. “Pra mim foi uma surpresa, eu não imaginei que elas iam retomar (os passos) rapidamente”, diz a professora. Mirna cita como exemplo a aluna Lara, que foi da primeira turma de criança de seis anos e hoje está com 50 anos. “Ela está fantástica! A perna dela sobe lá em cima, claro que cansa mais, não é como na época que é moça que tem toda a energia, mas não quer dizer que não possa fazer nada”.

Muitas mães dançaram ao lado das filhas.

Foto: Ballet Mirna Pécoits

Dança faz parte da vida das alunas adultas
A médica veterinária Cecília Gummy foi aluna de balé da Mirna quando era criança e voltou às aulas há cerca de três anos. “Falar da dança, pra mim, é falar de uma parte da minha vida, pois ela sempre fez parte. Comecei a fazer balé aos 7 anos por indicação médica, gostei tanto que fiz até os 18 anos. Concluí o curso e logo depois parei, pois fui fazer faculdade em Guarapuava. Lá, fui atrás de academia que oferecesse aulas de balé clássico, mas não consegui conciliar os horários.”

Cecília revela que quando a Escola de Ballet Mirna Pécoits completou 40 anos foi convidada a participar do espetáculo que contava um pouco da história da professora Mirna, “e isso bastou pra reviver toda minha história na escola”. Com a abertura da turma, voltou ao balé.

A arquiteta Joceane Portela Marcon começou as aulas de balé, na Escola da Mirna, com 8 anos de idade e se formou no curso básico de ballet clássico. “Com 19 anos comecei a dar aulas de balé. Tive escola, mas, devido às mudanças que ocorrem na vida, acabei parando com a dança.” Joceane passou um período com os filhos pequenos, o cotidiano era de muito trabalho e dedicação aos estudos. Mas quando os filhos cresceram, a arquiteta voltou a dançar. “Voltei para o jazz, fazendo aulas junto com a minha filha, foi um período muito gostoso em que a companhia dela me incentivava a melhorar.”

Mas voltar à dança depois de adulto não é tão fácil como relatam Cecília e Joceane. “A dança exige concentração, disciplina, dedicação, além de exigir esforço físico e esse último judia de nós até hoje, pois o corpo já não está nas condições de quando tínhamos 15 anos. Porém, mesmo com essas dificuldades da maturidade, não tem como explicar os benefícios que a dança clássica me proporciona. Além de fazer o que eu amo, os momentos das aulas são como terapia, não só pra mim, mas para as minhas colegas também”.

Joceane acrescenta que “a dança, assim como o esporte, proporciona esses momentos: exige disciplina, superação, força de vontade, disposição, porque não tem como uma bailarina ser preguiçosa, sem aulas não tem bailarina”.

Filhas também no balé
As duas profissionais liberais também se encantam ao ver suas filhas hoje nas aulas de balé, seguindo os passos que elas trilharam quando tinham praticamente a mesma idade na fase da infância. Joceane afirma que “cada vez que minha filha entra no palco, quem fica encantada sou eu, eu sei o quanto ela se dedica para dar o melhor dela para o público e o quanto ela merece cada aplauso”.
Cecília também quer ver a filha brilhando nos palcos. “Quero que minha filha viva na dança. Hoje a Natália tem 5 anos e faz aulas de balé desde os 3. Quero que ela tire da dança a disciplina, a concentração, o foco e bem-estar que ela proporciona. E que ela possa viver momentos mágicos como eu vivi nos vários palcos de Francisco Beltrão.”

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