
de arrecadação de eletroeletrônicos no Calçadão.
Televisores, geladeiras, sofás etc. Ao substituir móveis e eletroeletrônicos, sempre sobra o velho, que toma conta de um canto da casa, da despensa ou do porão. Porém, chega o dia que ele precisa ser jogado fora e, então, o que fazer? Este ano, em Francisco Beltrão, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, junto com a empresa Ambients, organizou quatro campanhas de arrecadação de eletroeletrônicos no Calçadão e arrecadou aproximadamente 45 toneladas do material.
O impasse é que a Prefeitura de Beltrão ainda não tem como recolher sofás e eletroeletrônicos na porta da casa do morador, então a secretária municipal de Meio Ambiente, Joice Bariviera, orienta que, no caso de sofás, que eles sejam desmontado pelo dono, a espuma seja ensacada e destinada ao lixo. No caso da madeira, que ela seja reutilizada em casa, como, por exemplo, para o fogo do churrasco.
“No caso do eletroeletrônico, na primeira quinzena de fevereiro, será feita nova campanha de arrecadação no calçadão. E também há os ecopontos, onde os eletrônicos podem ser descartados”, informa Joice. Os ecopontos de Beltrão são as empresas IGS Informática, Eletrônica Scotti, Eletrônica Tabajara, Biavatec e a Real Móveis (na Cidade Norte).
Outra solução é fazer doação dos móveis para pessoas que precisam, ou até buscar empresas particulares, que são especializadas nesse tipo de descarte. De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, a empresa vendedora do produto deve ser responsável pela logística reversa, ou seja, destinar o produto depois de utilizado pelo consumidor. Porém, segundo Joice Bariviera, essa determinação não é colocada em prática.
“Este problema acontece muito com as lâmpadas, pois a indústria que a produz não tem criado formas de recolher o produto. No Paraná ainda é preciso salientar que é proibida a incineração de lixo”, comunica a secretária.
O engenheiro ambiental da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Gustavo Baczinski, diz que para qualquer dúvida sobre a destinação do material pode-se entrar em contato com a secretaria (pelo número 3523-6347). “Porque cada item tem uma classificação para sua destinação; o sofá, nós ressaltamos que ele deve ser desmontado”, exemplifica o engenheiro.
Solução para o isopor
A Associação dos Catadores de Papel de Francisco Beltrão (Ascapabel) recicla o isopor e o vende como matéria-prima. Esse material pode ser destinado para o lixo reciclável ou, quando em grandes quantidades, entrar em contato com a associação para determinar como será a entrega do material. “Nós enviamos ofícios para as lojas de Beltrão, para que elas levem até a associação o isopor, então o cliente também pode pedir para entregar o isopor na loja”, sugere Joice.
Saúde pública
O destino correto do lixo é promoção de saúde pública. “A responsabilidade de descartar corretamente é de todos que produzem resíduos. E o problema do descarte inapropriado de móveis e eletroeletrônicos é de saúde pública, porque eles podem armazenar água, que propícia a proliferação da dengue e da febre chikungunya”, previne Gustavo.
A criação de lixões em locais inapropriados pelo município é outro problema. Gustavo ressalta que é mais fácil resolver o problema individualmente do que quando muitas pessoas descartam num mesmo lugar. “O problema se torna maior, tornado-se poluição visual, ambiental e um problema de saúde pública”, conclui.
Pra onde vai o eletroeletrônico?
A Ambients, de Edair Moleiro, Henrique Amaral e Cesar Vetorello, é uma empresa que faz a coleta de eletroeletrônico em Francisco Beltrão. Cesar esclarece que o destino desse tipo de lixo está previsto na Lei nº 12.305/2010, dos Resíduos Sólidos, que se enquadra na política reversa. “Pois, você vai pegar esses materiais e vai reaproveitá-los. Nos eletroeletrônicos você reaproveita, por exemplo, o ferro, alumínio, cobre, plástico e placas mães, ou seja, um gama de produtos”, cita o proprietário da empresa.
Em torno de 70% dos eletroeletrônicos são reaproveitados, mas segundo Cesar para uma empresa fazer isso, ela precisa ter uma licença de operação do IAP. “O cuidado acontece com o subproduto como baterias, pilhas e tubos de imagens que precisam ser destinados para um aterro industrial, processo que é oneroso”, conta Cesar.
A Ambients além da parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente também recolhe eletroeletrônicos de empresas que precisam de certificação de coleta e destinação final adequada de resíduos.