Ruas do conjunto estão sendo preparadas para a pavimentação e boa parte dos trabalhadores reside no bairro.
Por Leandro Czerniaski – Desde o mês passado, máquinas e trabalhadores atuam em diversas frentes de serviço no conjunto Terra Nossa, no Bairro Padre Ulrico. O processo de urbanização da área entrou numa nova fase e contempla diversas melhorias na vias públicas.
“Fazia tempo que a gente esperava por isso e agora tá acontecendo”, comenta o morador Valdevino Rodrigues de Lima, o Vino, que está no local desde o início da invasão, em 2016. Em frente à sua casa, ainda há uma poça de água que não escoou e os moradores têm que conviver com o barro quando chove e com a poeira quando o tempo está seco.
Atualmente, há mais de mil famílias residindo no conjunto e o processo de regularização da área visa garantir a propriedade às famílias – mais de 600 já receberam a escritura – implantar equipamentos públicos e melhorar as condições urbanísticas. Nesta etapa, estão sendo investidos R$ 7,6 milhões para pavimentar as ruas, totalizando cerca de 55 mil metros quadrados de paver. Antes, porém, são realizadas sondagens, nivelamento, construção de galerias pluviais, colocação de meio-fio e da base do pavimento.
As obras são executadas pelo consórcio Terrasanta/Dalba, que venceu a licitação para prestar os serviços. E boa parte dos trabalhadores contratados mora no bairro. É o caso de Carlos Eduardo Justimiano e Ademar Dall Agnol Camargo, que atuam na construção de bueiros e outros serviços. “Pra gente é gratificante ver que não estamos esquecidos enquanto moradores e que o trabalho nosso tá envolvido nessa transformação do bairro”, citam. Lucas Cella, sócio-proprietário da Terrasanta, diz que há quase 20 pessoas envolvidas nesta fase de obras e a maioria reside no conjunto habitacional.
O prazo para conclusão das obras é até o início do ano que vem. O secretário de Viação e Obras, Cláudio Borges, ressalta que não há como determinar com exatidão a entrega das melhorias, já que surgem contratempos no trabalho de campo. Após a finalização do chamado leito e subleito, as ruas serão pavimentadas com paver, uma técnica que já vem sendo empregada em loteamentos da cidade e que pela primeira vez será usada pelo Município. Também há previsão de ampliação da iluminação pública – hoje existente somente na avenida principal – para outras ruas da área.
Maioria das casas tem registros individuais para água
JdeB – Na última sexta-feira, o corte de rede provisórias de água pegou alguns moradores do Terra Nossa de surpresa. A Sanepar interrompeu o abastecimento de tubulações que eram usadas para distribuir água a várias residências. O JdeB apurou que desde o início da invasão foram criadas áreas com 30 a 40 residências que recebiam a água tratada pelo mesmo hidrômetro e o valor do consumo era rateado entre todos. Com a regularização do terrenos, cada família precisou requerer o seu “registro” individual, o que vinha ocorrendo desde setembro passado. Agora, quem ainda não tinha feito esse processo teve o abastecimento por cavaletes coletivos interrompido. São cerca de 50 residências afetadas e que, segundo a Prefeitura, estão em área de preservação ambiental, não sendo possível a regularização dos terrenos. O município presta informações regularmente ao Ministério Público sobre a ocupação destas áreas, realizando o levantamento social. Até ontem à tarde, estes moradores continuavam sem o abastecimento e a água para uso em casa era conseguida de galões. Ainda segundo a Prefeitura, 1.022 residências estão com o abastecimento através de hidrômetros individuais e 61 em processo de regularização.
