Nos anos 60 e 70 formaram muitos jovens que se tornariam lideranças e que até hoje falam bem daqueles tempos.

O Instituto dos Irmãos das Escolas Cristãs, ou Irmãos Lassalistas, ou Irmãos de La Salle, é uma congregação de religiosos leigos fundada por São João Batista de La Salle (30-4-1651 a 7-4-1719).
O objetivo da congregação é servir aos pobres. Os irmãos lassalistas fazem votos de pobreza, castidade e obediência. Na versão popular, são iguais aos padres, só não rezam missa.
Estão no Brasil desde 1907. Instalaram o Ginásio Lassalista de Francisco Beltrão em 1962, ocupando o antigo prédio de madeira construído pelo dr. Rubens Martins como Hospital Santo Antônio II, no local onde está hoje o Fórum.
Nas décadas de 60 a 70, centenas de alunos estudaram no Colégio La Salle, como internos ou não. E muitas lideranças se formaram aquelas turmas, entre tantas, pelos menos três futuros prefeitos: Vilmar Cordasso e Wilmar Reichembach, de Francisco Beltrão, e Norberto Goedert, de Nova Esperança do Sudoeste.
Em 1975, os lassalistas deixaram o centro e passaram a residir e internar seus alunos na Granja Urutago, que possuíam no atual Bairro Seminário.
Os irmãos Bruno Krauspenhar, Ivo Kumer, Espedito de Souza, Cláudio, Aloísio, Guido, Vicente de Carli e outros deixaram seus nomes ligados àqueles tempos marcantes para um ensino de qualidade. Os alunos estudavam em dois e até três períodos.
Vários terrenos negociados
A reportagem não descobriu documentos sobre isso, mas o que ficou na memória do povo, incluindo ex-lassalistas, é que aquele terreno, com o antigo Hospital Santo Antônio II, teria sido adquirido pelo Governo do Estado, ainda no período do governador Moisés Lupion.
Lupion era do mesmo partido político do dr. Rubens Martins (PSD). Era dele o hospital e ele foi o candidato derrotado na eleição municipal de 1960; queria vender aqui e retornar para Curitiba. O Estado teria comprado também o terreno com a casa onde residia o dr. Rubens, que é onde está hoje o Espaço da Arte.
Depois que os lassalistas mudaram para suas instalações no Jardim Seminário, o Governo do Estado cedeu o terreno para a construção do Fórum.
Também pode ser que o governo tenha pedido o terreno e por isso os lassalistas tiveram que mudar para o sítio, porque (não se tem a data) eles teriam ganhado da Prefeitura um terreno próximo ao Colégio Glória (na Rua Tenente Camargo, entre as ruas Bahia e Pernambuco). Iriam repetir o que havia em outras cidades: internatos de moços (lassalistas) próximo aos de moças (Irmãs de Nossa Senhora). A construção chegou a ser iniciada, mas não foi concluída.
Houve dificuldades financeiras. O professor Milton Graeff lembra que um plano dos lassalistas era viabilizar financeiramente a construção com a venda de porcos, que eles criavam em sua granja.
Os lassalistas possuíam um bom terreno também na Tenente Camargo, mas abaixo do cemitério, entre os rios Lonqueador e Marrecas.
A placa do jipe
Quando foi publicada na capa do Jornal de Beltrão terça-feira a foto acima, da fachada do Ginásio La Salle, repercutiu, surgiram outros ex-alunos. Entre eles, Dovílio Depubel. Ele estudou no La Salle de Toledo como interno, de fevereiro de 1961 a abril de 1964. Depois, sua família mudou para Francisco Beltrão e ele continuou os estudos aqui, mas como aluno externo.
Dovílio lembra os números da placa do jipe que aparece na foto: 25-21-14. Diz que conheceu o jipe ainda em Toledo. Os irmãos Cláudio e Cirilo usavam o carro para seu trabalho de “recrutamento vocacional”.
