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Francisco Beltrão
sexta-feira, 30 de maio de 2025

Edição 8.216

31/05/2025

BELTRÃO 72 ANOS

Osmar Mazetto, o reconhecimento por 54 anos de trabalho

Ele e a esposa Ivanilde fundaram a Confecções Raffer, uma das maiores empresas do setor no Paraná.


Osmar Mazetto, fundador e diretor-presidente da Confecções Raffer. Foto: Flávio Pedron/JdeB.

Por Flávio Pedron – Osmar Mazetto, 74 anos, natural de Erechim (RS) e ex-morador da comunidade de Barra Grande, Itapejara D´Oeste, completou, em 2024, 54 anos como residente em Francisco Beltrão. Foi um ano de conquistas para seu Osmar, que é casado com dona Ivanilde, com quem teve os filhos Fernanda, Rafael e Naiara. De alfaiate a dono de uma das maiores empresas do Paraná de confecções – a Confecções Raffer –, que gera cerca de 400 empregos diretos e indiretos.

Em março de 2024, recebeu uma homenagem da Assembleia Legislativa durante a Expobel; em abril recebeu o título de Mérito Industrial, da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), e o título de Cidadão Honorário de Francisco Beltrão; em 29 de setembro, seu Osmar e dona Ivanilde, juntamente com os filhos e colaboradores, celebraram os 47 anos da empresa. Seu Osmar é um empreendedor, temente a Deus, obstinado pelo que faz e muito ligado à família.

Sua família se estabeleceu na comunidade de Barra Grande em 1954. Ele veio morar em Francisco Beltrão em 1970, aprendeu mais sobre a profissão de alfaiate e criou sua empresa que hoje comercializa roupas masculinas para todo o Brasil e Uruguai.

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Osmar chegou em Beltrão dia 14 de setembro de 1970 e foi trabalhar com o Benito Zanin, na Alfaiataria Elite. “Ali eu permaneci por sete anos. Eles me acolheram como pais e filho, seu Benito e dona Valda. Eu fiquei muito feliz. O dia que foi pra montar a minha empresa, eu me senti muito constrangido pra pedir pro meu segundo pai e segunda mãe pra montar a minha alfaiataria.”

Casamento e empresa própria

Em 1975, Osmar casou com Ivanilde Folador. Em 1977, o casal montou a alfaiataria na Rua Sergipe. Depois mudou a empresa para a Avenida Porto Alegre. Posteriormente, eles montaram a indústria, na Porto Alegre, e o crescimento foi contínuo. “Eu tive um crescimento na produção, não tinha espaço maior pra crescer, mesmo com o terreno que eu comprei, então vim em busca de um terreno no alto, arejado, que é o que precisa pra dar condições aos trabalhadores. Busquei esse terreno onde a Raffer se encontra hoje. Graças a Deus consegui construir a indústria onde hoje ela está”, conta o empresário.

Até se consolidar como empresário foram anos de muito trabalho. “A rotina era árdua. Tanto que eu aprendi na Alfaiataria Elite, normalmente em seis meses a gente trabalhava 16 horas por dia, quando não era 18. Depois, nada diferente quando montei a minha alfaiataria, porque não tinha condições de contratar funcionário, no começo. Mas depois veio o primeiro, o segundo, tercei-ro, quarto e assim foi indo. Graças a Deus, eu acolhi bastante alfaiates que estavam por aí. Aí eu montei a indústria com esses alfaiates. Foi na década de 80. Primeiro a Raffer fabricava calça, depois paletó, depois colete e daí foi indo. E não teve mais o que segurasse o crescimento da empresa. Na década de 1990 foi aumentando e não tive mais espaço lá [na Avenida Porto Alegre], e 2000 comprei os terrenos aqui e em 2004 eu inaugurei aqui.”

O futuro

Quando morava na comunidade de Barra Grande ele já pensava no que fazer futuramente. Mas não era o trabalho no campo. “Eu entrei no setor de confecções porque eu queria ser alguém. Eu falei que na vila, vendo meus colegas capinando na roça, eu não podia ficar. Meus pais não tinham condições de melhorias. Me deram um pequeno auxílio e fui pro setor onde eu estou até hoje”, relata.

Seu Osmar tem tino comercial e de administração. Mas ressalta que ser empresário não é fácil. “O empreendedorismo não está na cabeça de qualquer um. O empreendedorismo é uma coisa muito particular. Eu sempre digo que alguém nasceu pra mandar, coordenar e conduzir os trabalhos. Deus fez as coisas justas. Alguém tem que saber coordenar, saber o que fazer, porque onde todo mundo pensa da mesma forma, não se chega em lugar nenhum. Por isso, o importante é que alguém seja diferente, pra coordenar a equipe, seja ela qual for. Por isso que é importante que alguém entenda como conduzir o barco, se expor, inclusive, porque eu vou dizer uma coisa: pra ser empresário o cara tem os ´parafusos frouxos´. Em toda minha vida eu vivi abaixo de pressão, abaixo de luta, de maluquice, consertando, auxiliando, ajudando, fazendo com que as coisas acontecessem, porque quem acha que ser empresário é simples, não é simples não, é muito difícil, oneroso até pra memória. Se o cara quer sossego, vai trabalhar oito horas de trabalho e vai sossegar. Se o cara quer trabalhar 12, 14 horas, ele vai esquentar a cabeça.”

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