Projeto de Assistência Humanitária é desenvolvido por servidores da Unioeste com objetivo de garantir os direitos dos portadores de transtorno mental.

Lucélia Bortot Rama, e o coordenador do Procaps, João Paulo da Rocha.
Foto: Ligia Tesser/JdeB.
A psicóloga e advogada Álaba Cristina Pereira ministrou palestra sobre a Lei 10.216 e a reforma psiquiátrica, na Unioeste de Francisco Beltrão, na última sexta-feira, 24. Na oportunidade, João Paulo da Rocha, coordenador do Projeto de Assistência aos Usuários do Centro de Atenção Psicossocial 2 (Procaps), da Associação Regional de Saúde do Sudoeste (ARSS), apresentou os resultados das assistências jurídicas prestadas desde 2012. Na plateia estavam alunos do campus, pacientes e representantes dos 27 municípios que fazem parte da ARSS.
A palestra e a apresentação do Procaps fizeram parte da Mostra de Ensino, Pesquisa e Extensão, que foi organizada em comemoração dos 17 anos do campus da Unioeste em Beltrão. O Procaps é um projeto com a comunidade externa à universidade e faz parte do Plano de Desenvolvimento dos Agentes Universitários (PDA), que tem o objetivo de divulgar os projetos desenvolvidos pelos agentes. Além do coordenador e advogado João Paulo da Rocha, também fazem parte do Procaps o servidor e advogado Cleirton Morás e as servidoras Catarina Nürmberg e Marisa Ester Quinteiro.
O foco principal do projeto do Caps é dar assistência jurídica aos pacientes. O trabalho voluntário iniciou em 2004 e teve sequência por quatro anos, mas foi retomado em 2012, dando também suporte técnico à equipe administrativa do Caps.
Segundo João Paulo, a equipe tem obtido bons resultados, porque o grupo de pessoas com transtorno mental é muito segregado pela sociedade. “Nós entendemos que eles precisam desse suporte e muitos não podem pagar um advogado, então a gente dá essa assistência. Apesar de ser um projeto institucional, nós não trazemos despesas para a Unioeste, então tudo que nós fazemos é por nossa conta, sendo assim um trabalho voluntário”, esclareceu João.
As principais demandas são previdenciárias. “Nós propomos essas ações, mas também temos feito ações na vara de família, como divórcios e alimentos. Nós aqui hoje [sexta] vamos mostrar o trabalho que realizamos de forma voluntária, para que o público em geral conheça”, disse o coordenador.
Lucélia Bortot Rama, coordenadora do Caps 2 em Beltrão, considera muito importante o projeto desenvolvido pelos agentes universitários, porque o objetivo da entidade é fazer a reinserção social dos pacientes. “Com esse projeto, nós conseguimos ver benefícios, nós tivemos casos de pacientes que estavam na rua, e junto do projeto conseguimos ver casa e hoje a pessoa tem endereço fixo. É muito gratificante você ver que, junto com o projeto, a gente consegue fazer a reinserção social”, comentou Lucélia.
O Caps 2 da ARSS atende pessoas com transtornos persistentes e graves, como esquizofrenia, depressão e bipolaridade. “Nós atendemos uma demanda que o município não consegue e é um serviço especializado. Os municípios os encaminham pelo CRE [Centro Regional de Especialidades] ou por uma estratificação de risco. Os pacientes psiquiátricos que estão no hospital internados, saindo do hospital eles têm acesso ao Caps”, contou Lucélia, sobre como os pacientes chegam até o serviço.
A coordenadora ressaltou a importância da parceria com projetos para o centro: “Tudo que vem em benefício para o paciente é muito válido, porque o nosso objetivo é que a pessoa faça seu tratamento e retorne para sua vida normal”.