
a se reunir com a administração municipal para cobrar melhorias.
Representantes da Associação de Moradores do bairro Padre Ulrico se reuniram ontem, 21, com o prefeito Antonio Cantelmo Neto (PMDB) para discutir uma série de melhorias para a comunidade.
Os pedidos não são recentes, tampouco é a primeira vez que as lideranças procuram o poder público para buscar uma solução aos problemas enfrentados, sobretudo na área de segurança pública e urbanização. Entretanto, a complexidade da situação e o atraso histórico em obras de infraestrutura levaram os cidadãos para casa mais uma vez sem perspectiva de uma solução para suas necessidades, pelo menos em curto prazo.
O presidente da Associação de Moradores, professor Lauri Toassi, admite que alguns avanços já aconteceram como a instalação de um semáforo na Rua Marília, a reforma do campo de futebol, a ida de um médico cubano – do programa Mais Médicos – para o posto de saúde e o início de projetos esportivos para as crianças, porém, a demanda reprimida ao longo dos anos exige mais. Segundo ele, as necessidades se ampliam a cada dia em virtude da localidade abrigar cerca de 10% da população da cidade. “As populações mais pobres são as que mais precisam da atenção das autoridades. Se tivessem sido investidos 10% da arrecadação no bairro nos últimos anos, os problemas recentes seriam evitados.”
O professor Luiz Carlos Flávio, coordenador do curso de Geografia da Unioeste e morador do bairro, destaca que nos anos 80 e 90 o poder público desenvolveu vários projetos habitacionais “lançando” um contingente alto de pessoas no bairro sem investir na infraestrutura recomendada. “Se considerar a geografia do bairro vamos perceber que é uma ilha, com uma única entrada e saída. Os moradores estão confinados, a mensagem é essa.” A comitiva voltou a defender a construção de uma ponte sobre o Rio Marrecas, ligando os bairros Padre Ulrico e Jardim Itália, uma ligação com a rodovia através da Rua Flamingo e a construção de um parque de lazer com lago. Toassi entende que a ponte construída recentemente na Cango era muito menos importante do que a do Padre Ulrico. “É uma questão de definir prioridades.” Além disso, há cobrança por melhorias em iluminação pública, calçadas e uma nova escola para expandir a educação em tempo integral.
O morador Antoninho Brizola contou para o prefeito que as lideranças se organizaram e conseguiram um espaço para a instalação de um módulo policial. O imóvel fica localizado na praça da Academia da Terceira Idade (ATI), onde funcionava o Clube de Mães e Pastoral da Criança. A ideia é levar as duas entidades para o pavilhão da igreja, liberando o espaço para a Polícia Militar. O prefeito lembrou que a prefeitura é parceria, contudo a decisão deve ser do comando da PM no município.
O prefeito Neto deu a entender que não há recursos no momento para a execução de projetos maiores, como uma ponte no Rio Marrecas ou o parque de lazer, contudo, se comprometeu em visitar o local e conhecer a proposta dos moradores. “Neste momento toda nossa força de trabalho está concentrada nas terraplanagens das 11 unidades de saúde e das cinco escolas.” O prefeito se mostrou receptivo e enalteceu a organização dos moradores. Neto disse que a atual administração tomou como iniciativa não levar novos conjuntos habitacionais para não agravar os problemas existentes no bairro. O administrador público foi informado que a execução do parque e do lago era uma promessa de outras gestões, inclusive, com previsão orçamentária e que deixou de ser colocada em prática.
A secretária de Assistência Social, Ana Lúcia Manfroi, falou que o projeto para construção da unidade do CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) está bem adiantado. Ela também falou aos moradores que a prefeitura entrou com pedido de reintegração de posse da área invadida por algumas famílias perto do loteamento Lago das Torres. Este é um dos pontos mais polêmicos do bairro em que há queixa de casos de violência e tráfico de drogas.