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Francisco Beltrão
quinta-feira, 29 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Pais são favoráveis ao modelo cívico-militar em colégios de Beltrão

Consulta pública termina hoje e é necessária para saber a opinião da comunidade escolar.

Joel Ferreira tem duas filhas que estudam no Colégio Vicente de Carli e foi votar na consulta pública para implantação do modelo cívico-militar.

A votação é até hoje. 

Fotos: Leandro Czerniaski/JdeB

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Quatro pais de alunos dos colégios Beatriz Biavatti e Vicente de Carli ouvidos ontem pelo JdeB dizem ser favoráveis à implementação do modelo cívico-militar proposto pelo governo do Estado. O novo currículo com foco nas disciplinas de Português e Matemática e a disciplina dos estudantes são os principais pontos destacados pelos pais, que estiveram votando na consulta pública.

“Acho que vai ser mais rigoroso o ensino, mas é necessário”, resume Marisete Machado, mãe de um aluno de 14 anos, do Vicente de Carli. Joel Ferreira de Moraes também compareceu no colégio, ontem, e confessou que não havia se aprofundado em como o modelo proposto funcionaria, mas que conversou com as filhas e elas elogiaram a modalidade cívico-militar. “Então acho que vai ser uma coisa boa, vou votar pra que tenha essa mudança”, disse Joel.

Quem também resolveu ouvir a opinião da família antes de votar foi Loreci Teixeira, mãe de um aluno no Beatriz Biavatti. “Tenho um filho mais velho que conversou com a gente e comentou que o modelo seria bom. Acho que vai melhorar muito a questão da disciplina e a integração com a comunidade.” Já a mãe Cleidiane Krindges votou favorável à implementação com base, também, na mudança de conteúdos. “Acho que será melhor, além de tudo, porque vai trazer a educação financeira pra sala de aula e focar mais em Matemática e Português”, opinou.

A consulta pública com pais, professores e funcionários das escolas selecionadas para receber o ensino cívico-militar é uma etapa obrigatória para a adoção do novo modelo. É preciso que a maioria da comunidade escolar compareça aos colégios até hoje e vote. Apesar do pouco tempo – a divulgação das unidades foi na segunda-feira e ontem já teve início a consulta –, as direções se mobilizaram para chamar os pais e servidores para o processo, com mensagens via celular e até som de rua pelos bairros. É nesta etapa que a comunidade escolar vai dizer se quer ou não que o colégio receba a nova modalidade. A prévia de ontem numa das escolas dava ampla margem favorável à mudança.

Caso seja aprovado, o modelo entra em vigor já no início do ano. O Estado ainda vai publicar regulamentações especificando como será a gestão compartilhada entre civis e militares, mas o quadro de professores não muda – a não ser que o próprio professor peça remoção para outra escola. Também há previsão de reforço nos investimentos nas unidades selecionadas. Os militares que vão atuar nestes colégios serão da reserva e vão ocupar a função de diretor (também haverá um civil) e de monitor; eles irão passar por curso de gestão.

Escolas com realidades diferentes
Os dois colégios de Beltrão selecionados possuem realidades um pouco distintas. O Beatriz Biavatti fica no Bairro Vila Nova, tem uma estrutura relativamente nova e cerca de 400 alunos. Já o Vicente de Carli está num prédio mais antigo e atende quase 600 alunos dos bairros São Miguel, São Francisco e Novo Mundo, uma região mais pobre da cidade. “Pelo contexto do bairro e da educação, creio que seja uma tentativa válida, principalmente devido à maior disciplina que a parte militar deve trazer”, explica a pedagoga Marileide da Silva, do Vicente. Ela também comenta que, no ambiente escolar, são comuns xingamentos entre alunos e com os professores e que boa parte do tempo é dedicada à orientação e resolução de conflitos.

A diretora do Beatriz Biavatti, Içara de Abreu, cita que a escola possui baixos índices de evasão e repetência – ao contrário dos critérios priorizados para a implantação do modelo – mas acredita que, caso a modalidade seja aprovada, vá trazer melhorias para a unidade. “Estamos sentindo que a comunidade acatou como uma boa ideia”, diz. O Ideb do colégio em 2019 foi de 4,9, apenas um décimo abaixo da meta, e o do Vicente de Carli não foi divulgado pelo Inep devido ao número insuficiente de participantes.

A mãe de aluno Cleidiane Krindges compareceu à consulta no Beatriz Biavatti; Giovane, Franciele e Rosane (do NRE), acompanharam o processo.

 

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