A 6ª edição da Avaliação Regional de Perdas foi lançada ontem, na sede da Emater Regional.

Pelo sexto ano consecutivo, os operadores de colheitadeiras da região poderão participar da Avaliação Regional de Redução de Perdas na Colheita da Soja. A ação é realizada através da parceria entre a Emater, Secretaria do Estado de Agricultura e Abastecimento (Seab), Associação dos Municípios do Sudoeste do Paraná (Amsop) e Associação dos Secretários Municipais de Agricultura (Assema), e busca incentivar melhor desempenho no processo de colheita, evitando desperdícios e problemas com a sanidade.
O lançamento oficial da 6ª edição e também da 4ª edição do Prêmio Propriedade Destaque – que neste ano abordará a temática Sustentabilidade – aconteceu ontem à tarde, na sede da Emater Regional, em Francisco Beltrão. Representantes das entidades que formam a Comissão Regional apresentaram um breve histórico do programa, o regulamento e as expectativas para mais esta etapa.
Foi na safra de 2009/2010 que se percebeu a necessidade de um levantamento sobre o quanto se perdia durante a colheita do grão. Técnicos da Emater e da Prefeitura iniciaram uma avaliação e, segundo o engenheiro agrônomo Neri Munaro, chefe da Seab, as perdas chegavam a quatro sacas de produto por hectare. Na safra seguinte – 2010/2011 – aconteceu a primeira edição do programa. “O produtor estava perdendo renda e aumentava os perigos com a ferrugem asiática também. Num levantamento da época, o prejuízo com as perdas estimadas chegava a R$ 19 milhões na região”, relembra Neri.
Menos de uma saca por hectare
Conforme recomendação da Embrapa, a perda de soja aceitável deve ser inferior a uma saca de produto por hectare. Na região, a média constatada na safra 2009/2010 era de 2,5 sacas/hectare, enquanto em 2013/2014 foi possível alcançar a média de 0,54 saca/hectare. “Provamos que é possível se manter abaixo da recomendação técnica. É muita soja perdida no campo, muito dinheiro que deixa de entrar no bolso do produtor. Intensificamos os cursos e treinamentos e os bons resultados são reflexos de quem aprendeu a operar a máquina adequadamente”, ressalta o engenheiro agrônomo Orley Lopes, gerente regional da Emater.
Para Hélio Vansetto, secretário de Agricultura de Santa Izabel do Oeste e presidente da Assema, o programa contribuiu muito para a profissionalização dos operadores de máquinas e, consequentemente, para a redução das perdas. “Muitos dos operadores aprenderam por conta, ou vendo o pai colher. Sou operador de máquina também e sei como é. Mas nós treinamos eles, passaram a entender a máquina e os recursos que ela oferece. Graças a esta ação, se perde muito menos hoje nas lavouras de soja, milho, feijão e trigo”, destaca.
A preocupação nesta safra é com a situação climática. O excesso de chuvas e as altas temperaturas promovem um desenvolvimento acelerados das plantas e, segundo Orley Lopes, pode haver condições inadequadas no momento da colheita. “Com estas variações, o desenvolvimento está muito alterado e isso pode afetar também os índices de perdas. O clima influencia muito para o aumento das perdas, fica mais difícil na hora da colheita e é preciso ainda mais preparo dos operadores”, observa.
Novamente, a exemplo da edição passada, não haverá premiação para os melhores resultados. Neri explica que a intenção é dar foco à questão técnica. “Nossa preocupação era se os participantes estavam envolvidos só pelos prêmios ou realmente estavam preocupados com a questão técnica, com a redução das perdas. Assim, optamos por retirar a premiação, que ainda é mantida pelos municípios que realizam as etapas municipais. Nós mantemos o monitoramento, os treinamentos e amostragem, com dedicação para manter os índices já conquistados.”
Propriedade Destaque
Depois de abordar o tema “Manejo de Solos e Águas” na última edição, desta vez, a 4ª edição do Prêmio Propriedade Destaque trabalhará com base na sustentabilidade. “As comissões municipais receberão os parâmetros e terão de escolher uma propriedade que sirva de modelo. Os selecionados ganham uma viagem técnica ao Porto de Paranaguá e pontos turísticos da região metropolitana de Curitiba”, detalha Ricardo Kaspreski, agrônomo do Deral/Seab.
O secretário Hélio Vansetto elogia a temática. “Melhorou muito a qualidade de vida no campo, mas preservar a natureza é fundamental. Isso que se quer motivar com este prêmio, o respeito ao meio ambiente para se ter a vida no campo cada vez melhor”, afirma.