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domingo, 25 de maio de 2025

Edição 8.211

24/05/2025

Perdas na colheita de soja serão novamente avaliadas

A 6ª edição da Avaliação Regional de Perdas foi lançada ontem, na sede da Emater Regional.

 

Orley Lopes (Emater), Neri Munaro (Seab), Ricardo Kaspreski (Deral) e Hélio Vansetto (Assema) apresentaram os índices e destacaram a evolução dos resultados.

 

 Pelo sexto ano consecutivo, os operadores de colheitadeiras da região poderão participar da Avaliação Regional de Redução de Perdas na Colheita da Soja. A ação é realizada através da parceria entre a Emater, Secretaria do Estado de Agricultura e Abastecimento (Seab), Associação dos Municípios do Sudoeste do Paraná (Amsop) e Associação dos Secretários Municipais de Agricultura (Assema), e busca incentivar melhor desempenho no processo de colheita, evitando desperdícios e problemas com a sanidade.
O lançamento oficial da 6ª edição e também da 4ª edição do Prêmio Propriedade Destaque – que neste ano abordará a temática Sustentabilidade – aconteceu ontem à tarde, na sede da Emater Regional, em Francisco Beltrão. Representantes das entidades que formam a Comissão Regional apresentaram um breve histórico do programa, o regulamento e as expectativas para mais esta etapa.
Foi na safra de 2009/2010 que se percebeu a necessidade de um levantamento sobre o quanto se perdia durante a colheita do grão. Técnicos da Emater e da Prefeitura iniciaram uma avaliação e, segundo o engenheiro agrônomo Neri Munaro, chefe da Seab, as perdas chegavam a quatro sacas de produto por hectare. Na safra seguinte – 2010/2011 – aconteceu a primeira edição do programa. “O produtor estava perdendo renda e aumentava os perigos com a ferrugem asiática também. Num levantamento da época, o prejuízo com as perdas estimadas chegava a R$ 19 milhões na região”, relembra Neri. 

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Menos de uma saca por hectare
Conforme recomendação da Embrapa, a perda de soja aceitável deve ser inferior a uma saca de produto por hectare. Na região, a média constatada na safra 2009/2010 era de 2,5 sacas/hectare, enquanto em 2013/2014 foi possível alcançar a média de 0,54 saca/hectare. “Provamos que é possível se manter abaixo da recomendação técnica. É muita soja perdida no campo, muito dinheiro que deixa de entrar no bolso do produtor. Intensificamos os cursos e treinamentos e os bons resultados são reflexos de quem aprendeu a operar a máquina adequadamente”, ressalta o engenheiro agrônomo Orley Lopes, gerente regional da Emater. 
Para Hélio Vansetto, secretário de Agricultura de Santa Izabel do Oeste e presidente da Assema, o programa contribuiu muito para a profissionalização dos operadores de máquinas e, consequentemente, para a redução das perdas. “Muitos dos operadores aprenderam por conta, ou vendo o pai colher. Sou operador de máquina também e sei como é. Mas nós treinamos eles, passaram a entender a máquina e os recursos que ela oferece. Graças a esta ação, se perde muito menos hoje nas lavouras de soja, milho, feijão e trigo”, destaca. 
A preocupação nesta safra é com a situação climática. O excesso de chuvas e as altas temperaturas promovem um desenvolvimento acelerados das plantas e, segundo Orley Lopes, pode haver condições inadequadas no momento da colheita. “Com estas variações, o desenvolvimento está muito alterado e isso pode afetar também os índices de perdas. O clima influencia muito para o aumento das perdas, fica mais difícil na hora da colheita e é preciso ainda mais preparo dos operadores”, observa.
Novamente, a exemplo da edição passada, não haverá premiação para os melhores resultados. Neri explica que a intenção é dar foco à questão técnica. “Nossa preocupação era se os participantes estavam envolvidos só pelos prêmios ou realmente estavam preocupados com a questão técnica, com a redução das perdas. Assim, optamos por retirar a premiação, que ainda é mantida pelos municípios que realizam as etapas municipais. Nós mantemos o monitoramento, os treinamentos e amostragem, com dedicação para manter os índices já conquistados.” 

Propriedade Destaque
Depois de abordar o tema “Manejo de Solos e Águas” na última edição, desta vez, a 4ª edição do Prêmio Propriedade Destaque trabalhará com base na sustentabilidade. “As comissões municipais receberão os parâmetros e terão de escolher uma propriedade que sirva de modelo. Os selecionados ganham uma viagem técnica ao Porto de Paranaguá e pontos turísticos da região metropolitana de Curitiba”, detalha Ricardo Kaspreski, agrônomo do Deral/Seab. 
O secretário Hélio Vansetto elogia a temática. “Melhorou muito a qualidade de vida no campo, mas preservar a natureza é fundamental. Isso que se quer motivar com este prêmio, o respeito ao meio ambiente para se ter a vida no campo cada vez melhor”, afirma.

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