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Francisco Beltrão
sábado, 28 de junho de 2025

Edição 8.235

28/06/2025

Pernambucanos vêm trabalhar em Beltrão

Por arrumar emprego e gostar da maneira como são acolhidos, um traz mais um e já são muitos os nordestinos que vivem aqui.

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Maria do Socorro, Sargento Bichinho, José de Araújo, Ana Paula e Pedro com o filho Pedro Henrique, Gislaine, Débora e Rosana, na casa do Bichinho, com a cidade ao fundo. Foto: Ivo Pegoraro/JdeB.

JdeB – Neste sábado, 20 de agosto, um grupo de pernambucanos se reuniu na casa do Sargento Bichinho e a esposa Maria do Socorro, que também vieram de lá. Ao JdeB, eles contaram como vieram parar aqui e o que pensam da cidade.

A primeira do grupo foi Ana Paula de Oliveira, 30 anos. Ela conta que, quando conseguiu, pelo Enem, uma bolsa para cursar Engenharia Ambiental na UTFPR, não tinha nem noção de onde se situava Francisco Beltrão. Foi pesquisar no Google e ficou sabendo que era a terceira melhor cidade para viver no interior do Brasil.

Veio confiante, em março de 2021. Logo conseguiu emprego. Primeiro na Alcast, hoje está trabalhando no frigorífico de Itapejara D’Oeste.

Um mês depois dela veio um sobrinho, dois meses depois um irmão. Hoje estão em Beltrão, vindos de Pernambuco, três irmãos, uma irmã, um sobrinho, um cunhado, o marido Pedro e o filho Pedro Henrique, de nove anos.

Ana Paula gostou da acolhida dos beltronenses

Ana Paula conta que, além de conseguir estudo e emprego, gostou da acolhida que recebeu do povo beltronense. “A cidade é muito boa para se viver, pela qualidade de vida, educação, infraestrutura. Não penso em voltar pro Nordeste, só pra rever parentes e amigos.” Entre outras passagens, Ana Paula relata que um dia, no seu primeiro inverno aqui, estava passando frio. Não tinha sapato. Uma mulher lhe arrumou sapato e roupas quentes. “É como dizem, o melhor daqui é a nossa gente”, conclui Ana Paula.

Pedro Rosemiro de Oliveira, 48 anos, marido da Ana Paula, passou os dois primeiros meses preocupado, mas quando arrumou emprego, na BRF, tudo melhorou. Diz que, no frigorífico, tem gente vinda de todas as regiões do Brasil e até do exterior. “O que você pensa [de gente], ali tem. Uns falam uma língua que a gente não entende. Falam muito e eu entendo pouco. Mas tô feliz, tô trabalhando, dia 25 agora vai completar quatro meses”, diz Pedro.

Rosana Nascimento, 27 anos, solteira, era acadêmica de direito em Recife. Quando veio para o casamento de sua irmã Larissa, encontrou emprego num escritório de contabilidade (Madruga), e acabou ficando. Rosana também quer ficar, está tentando a transferência de seu curso para a Unioeste.

Outra pernambucana que veio há pouco é Gislaine Karla dos Santos, 21 anos. Tinha dois irmãos morando aqui. Uma cunhada também queria vir, mas não sozinha. Gislaine veio para acompanhar a cunhada, há quatro meses, arrumou emprego (Rosa de Sarol) e um namorado, também não pensa em voltar pro Nordeste, porque além de gostar da cidade encontrou mais gente que veio de lá. Sua cidade é Vicência. “Só de minha cidade, tem umas 40 pessoas aqui em Beltrão”, revela Gislaine.

Mais gente chegando

A decisão de Gislaine ficar acabou trazendo mais gente do Nordeste. Seu padrasto, José Benícia de Araújo, 39 anos, estava no Maranhão. Deixou tudo, lá, e veio confiante. Menos de duas semanas depois de ter chegado, arrumou emprego, começou na semana passada na empresa Camilotti.

Outra pernambucana que acaba de chegar é Débora Vitória dos Santos, faz duas semanas. Ela está concluindo o segundo grau e pretende cursar Nutrição, curso que tem em Beltrão. Débora é sobrinha de Maria do Socorro de Paula, esposa do José Levino de Paula, o Sargento Bichinho, casal que reside em Beltrão há 47 anos.

Há uma diferença entre o casal Socorro e Bichinho, que veio em 1975, e seus conterrâneos que vêm agora. Bichinho veio porque foi uma promoção que recebeu como cabo do Exército e com ele, aquela vez, vieram só gente da família e todos acabaram retornando.

Hoje Beltrão oferece mais opções de emprego e qualidade de vida. Um traz outro, ou outros, e vai aumentando a família nordestina estabelecida na cidade.

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