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Francisco Beltrão
quinta-feira, 12 de junho de 2025

Edição 8.224

12/06/2025

Pioneiros completam 65 anos de casamento

Pioneiros completam 65 anos de casamento


Lucinda e Adão Bednarski estão casados há 65 anos. O aniversário de casamento foi comemorado dia 11 de janeiro. Os dois vivem numa casa de madeira no bairro Cristo Rei, com acompanhamento dos filhos. Adão explica que sempre houve respeito mútuo entre ele e a esposa.
O marido trabalhava na roça e a esposa cuidava da casa e dos filhos. Eles moraram em comunidades que pertenciam ao município de Pato Branco e se transferiram para Francisco Beltrão antes mesmo da criação do município, em 1952.
Adão morava na comunidade de Canela e Lucinda na Linha Buriti. Eles se conheceram, casaram e tiveram nove filhos (sete mulheres e dois homens), um deles faleceu.
O casal chegou à Vila Marrecas em 1947. Adão veio morar na comunidade de Volta Grande, juntamente com os irmãos Frederico, Brunislau, Vitor e Alexandre. Em sua propriedade, Adão plantava milho, feijão e trigo e criava “uns porquinhos”.
O pioneiro foi um dos que ajudou a construir a primeira escola de Volta Grande. Ele veio conversar com o prefeito Ângelo Camilotti que cedeu madeiras para construir a escola. Os moradores desmataram uma área e foi construída uma casa para abrigar os alunos da localidade e o professor, além da capela.
Adão participou da Revolta dos Posseiros, em 1957. Participantes do movimento lhe deram uma pistola para enfrentar os jagunços das companhias de terra que exploravam os colonos. Grileiros estiveram na propriedade de Adão pedindo que ele assinasse a compra de um imóvel rural. “O Cantelmo (Antônio de Paiva) mandou que a gente não assinasse, dizendo que isso aí vai demorar um pouco, mas será resolvido”, relata.
Em 1975, Adão e Lucinda decidiram se transferir para a cidade. Eles trocaram a propriedade rural por dois terrenos e uma casa no bairro Cristo Rei. O pioneiro diz que se a Revolta dos Colonos não tivesse ocorrido, o município poderia ser ainda mais pujante. “Se não fosse aquela jagunçada, Beltrão seria outra cidade hoje; muita gente foi embora correndo de medo”, diz.
Nas décadas de 50 e 60 vinham muitas famílias dos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Dona Lucinda lembra que as pessoas tinham medo.
Adão nasceu em Canoinhas, SC, dia 20 de fevereiro de 1918 e Lucinda em Vacaria, RS, em 25 de março de 1911. Hoje, eles passam o tempo em casa, recebem amigos e parentes. Dona Lucinda anda adoentada, já passou por três cirurgias. O marido gosta de ouvir rádio e ler jornais e não gostam de TV. Os dois são muito religiosos, embora não estejam podendo ir à igreja, procuram rezar em casa.

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