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Francisco Beltrão
terça-feira, 03 de junho de 2025

Edição 8.217

03/06/2025

LIDERANDO O SUDOESTE

Crescimento no poder de compra e expansão empresarial impulsionam a economia local

Município continua liderando no Sudoeste do Paraná em Índice de Potencial de Consumo (IPC) com previsão de R$ 4,7 bilhões em 2024.


Por Niomar Pereira – Francisco Beltrão lidera o potencial de consumo no Sudoeste do Paraná, conforme o levantamento do IPC Maps, com R$ 4,7 bilhões. Pato Branco ocupa o segundo lugar com R$ 4,4 bilhões, seguido por Dois Vizinhos com R$ 2,04 bilhões e Palmas com R$ 1,5 bilhão.

De acordo com Marcos Pazzini, sócio da IPC Marketing Editora e responsável pelo estudo, Francisco Beltrão terá um crescimento real de 9,60% no potencial de consumo de 2023 para 2024. A participação do município no cenário brasileiro aumentará de 0,05873% em 2023 para 0,06437% em 2024, representando um acréscimo de R$ 412,5 milhões no poder de compra da população.

No que diz respeito ao número de empresas, Francisco Beltrão apresentou um desempenho superior à média nacional, com uma variação positiva de 14,9% entre 2023 e 2024. Além disso, houve crescimento em todas as classes econômicas nos domicílios urbanos, com destaque para as classes B e C, que registraram aumentos de 1.089 e 2.089 domicílios, respectivamente, no mesmo período.

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Marcos diz que as informações do estudo IPC Maps têm diversas aplicações no dia a dia corporativo, seja na identificação de municípios com maior potencial para expansão dos negócios, bem como na preparação de planos de mídia nas ações de propaganda e marketing, e na definição de metas de vendas com base no potencial real de consumo de cada mercado.

O empresário Davi Nesi, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Francisco Beltrão (CDL), destaca que o levantamento indica o potencial de consumo das famílias na cidade, mas não necessariamente o quanto elas efetivamente gastam. “Francisco Beltrão se sobressai por possuir uma dinâmica de mercado superior a outras cidades, com um potencial de atendimento diversificado em vários ramos de atividades, nos quais somos referência no Sudoeste do Paraná. Isso cria muitas oportunidades, permitindo que direcionemos produtos e serviços conforme a demanda de cada consumidor”, afirma Nesi.

Ele também ressalta que as oportunidades no município, em pleno crescimento e expansão, são fortemente impulsionadas pelas políticas públicas de incentivo ao empreendedorismo e atração de negócios.

A importância da redução das desigualdades

O economista José Maria Ramos destaca que a população de Francisco Beltrão já alcança 100 mil habitantes, consolidando-se como uma cidade em crescimento na infraestrutura e oferta de serviços. A cidade ocupa a 21ª posição no ranking de potencial de consumo no Paraná e a 247ª no âmbito nacional, com um PIB per capita de R$ 39.597,05.

No entanto, os dados do IPC Maps revelam uma desigualdade significativa no potencial de consumo. Enquanto os grupos classificados como A e B representam 31,2% dos domicílios, os grupos C, D e E somam 68,7%. Quando se observa o potencial de consumo, os grupos A e B correspondem a 61,1%, enquanto os demais grupos somam apenas 38,8%.

“Essas informações sugerem que a redução das desigualdades econômicas pode aumentar a capacidade de demanda em setores como alimentação fora do domicílio, vestuário, calçados, viagens, recreação e cultura”, entende.

O que é o IPC Maps

O IPC Maps é um estudo de mercado baseado em dados secundários comercializado para diversas empresas para fins de planejamento, tanto mercadológico, como lançamento de produtos, abertura de franquias, atendimento de pequenos empresários (como sebraes). Essa publicação se baseia na divulgação de dados oficiais e esses dados são trabalhados pela empresa IPC para transformar os dados encontrados em informações úteis para o planejamento de empresas.

Beltronenses gastam mais de R$ 500 milhões em alimentação

Carlos e Adriana*, 35 e 37 anos respectivamente, vivem uma rotina de trabalho intensa em Francisco Beltrão. Carlos é contador e trabalha oito horas diárias no escritório, além de dedicar de duas a quatro horas em casa ao trabalho, especialmente durante a temporada de declaração de imposto de renda ou para atendimento a clientes. Adriana é professora e também cumpre uma jornada de oito horas diárias. O casal, que ainda não tem filhos, mas possui um cãozinho, tem uma renda conjunta de aproximadamente R$ 10.300 por mês, enquadrando-se na classe B1.

Devido à rotina agitada, Carlos e Adriana optam por contratar cerca de 90% das refeições prontas, seja saindo para comer fora ou pedindo comida por aplicativos.

O gasto médio deles com alimentação é de R$ 3 mil por mês.

“A gente sai bastante para comer fora e também pedimos marmita, porque achamos mais ágil e prático. E acho mais em conta do que cozinhar em casa. O último botijão de gás que compramos é de outubro de 2021,” comenta Carlos.

O contador acredita que Francisco Beltrão oferece boas opções gastronômicas, mas ressalta a necessidade de mais diversidade. “As pessoas que optam por comer fora tendem a enjoar depois de algum tempo dos mesmos restaurantes e então começam a fazer um rodízio entre os estabelecimentos. Muitas vezes optamos por sair para comer em municípios vizinhos. No último sábado fomos a uma pizzaria em Barracão e gastamos cerca de R$ 170, incluindo as bebidas,” relata.

O casal valoriza a qualidade e a variedade da alimentação, priorizando esses aspectos em detrimento de outros gastos, como com veículos. “Eu abro mão de outras coisas para gastar na alimentação,” afirma Carlos.

A alimentação é um dos setores em destaque em Francisco Beltrão e vem crescendo significativamente nos últimos anos. De acordo com o levantamento do IPC Maps 2024, que mede o potencial de consumo de um município, prevê-se um gasto total de R$ 526,5 milhões com comida, sendo 32,4% deste valor destinado à alimentação fora do lar.

O segundo setor que mais consome dinheiro do orçamento das famílias em Francisco Beltrão é o de veículos próprios, com R$ 648 milhões previstos em gastos.

O primeiro lugar é ocupado pela área de habitação, que tem se mostrado bastante aquecida nos últimos anos, com muitas obras novas, e um investimento estimado das famílias de R$ 979 milhões neste ano.

*As identidades reais foram preservadas.

Consumo nacional movimentará R$ 7,3 trilhões em 2024

Com um volume maior de dinheiro em circulação, aumenta a quantidade de novas empresas no país.

Da assessoria – Ao longo deste ano, as famílias brasileiras deverão desembolsar cerca de R$ 7,3 trilhões com os mais diversos itens de bens de consumo, o que representa um aumento real de 2,5% em relação ao ano passado. A conclusão, seguindo a atual expectativa do PIB de 2,2%, é da Pesquisa IPC Maps 2024, especializada há 30 anos no cálculo de índices de potencial de consumo, com base em fontes oficiais.

 Segundo Marcos Pazzini, responsável pelo estudo, esse incremento ainda é baixo em comparação ao verificado em 2023 (de 3,1%) e em 2022 (de 4,3%) mas, ainda assim, mostra que o País vem se recuperando no cenário pós-pandêmico. “Até 2019, nossa economia crescia a passos bem lentos, na média de 1% ao ano. Em 2020, veio a Covid-19 e derrubou brutalmente a economia mundial como um todo e, depois disso, o Brasil felizmente conseguiu se levantar e passou a apresentar índices maiores de crescimento”, avalia.

 Com um volume maior de dinheiro em circulação, aumenta a quantidade de novas empresas no território nacional. O levantamento aponta um acréscimo de 8,1% no perfil empresarial, resultando em quase 2 milhões de unidades abertas recentemente nos setores de indústria, serviços, comércio e agribusiness.

 O trabalho reforça, ainda, a tendência de queda na participação das 27 capitais no mercado consumidor (de 27,95% para 27,80%), como ocorreu nos últimos anos. Em baixa, também, estão as regiões metropolitanas, que passam a responder por 45,06%, em detrimento do interior, que aumenta sua presença para 54,94% no cenário brasileiro. Pazzini lembra que, de 2023 para 2024, a quantidade de empresas subiu 9,2% no interior e 7,0% nas capitais e regiões metropolitanas, contra 8,1% da média nacional. “Esse cenário pode ser explicado pela escalada do home office, pois mesmo que a empresa funcione em grandes centros, ela não necessita mais de grandes áreas de escritórios e essa modalidade de trabalho passou a ser mais frequente após a pandemia”, afirma.

 Quanto aos hábitos de consumo, esta edição da IPC Maps reitera a elevada despesa com veículo próprio, chegando a comprometer 12,5% do orçamento familiar. Não por acaso, esse comportamento vem acontecendo desde 2020, no início da pandemia, em função da crescente demanda por transportes via aplicativos e deliveries, tanto pelo consumidor, quanto pelos trabalhadores. De tão altos, tais gastos vêm superando outros setores, inclusive o de alimentação e bebidas no domicílio.

Estrato sócio Econ………………Renda Média Domiciliar

A                                                21.826,74

B1                                              10.361,48

B2                                              5.755,23

C1                                              3.276,76

C2                                              1.965,87

D/E        900,60

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