Beltrão
O prefeito em exercício de Francisco Beltrão, Antonio Pedron, anunciou ontem que o município vai cumprir de forma integral o decreto estadual 6.294, que proíbe a realização de festas e eventos com mais de dez pessoas, determina o toque de recolher e proíbe a comercialização e consumo de bebidas alcoólicas em espaços públicos e coletivos no horário das 23h às 5h.
Além disso, após reunião com os setores jurídico, de Saúde, Cultura e chefia de gabinete, nessa sexta-feira, 4, Pedron informou que a programação do Natal Encantado, com atividades artísticas e parque de diversões no Calçadão, está temporariamente suspensa.
“É de fundamental importância cumprir estas determinações devido ao cenário assustador da Covid-19. Este esforço da administração municipal e de toda a sociedade de Francisco Beltrão é fundamental para contermos a onda de reprodução e propagação do vírus”, completou o prefeito em exercício.
Atividades esportivas, eventos e todo tipo de atividade que possa reunir mais de dez pessoas ficam suspensos em cumprimento ao decreto estadual.
Parquinho x pandemia
Há algumas semanas, equipes deram início à montagem da decoração natalina na região central de Francisco Beltrão. No entanto, a instalação de um pequeno parque de diversões no Calçadão gerou questionamento, por ser uma atividade que atrai público em um momento de elevação dos casos de coronavírus.
A psicóloga Geni Celia Ribeiro Dall Oglio (CRP 8/09281) e conselheira municipal de saúde, representando o Conselho Regional de Psicologia, abordou o assunto em sua rede social.
Ela foi procurada pela reportagem do Jornal de Beltrão e destacou que a Covid-19 é um caso de saúde pública, que deve ter ações efetivas e responsáveis, independente de “achismos” e “vontades próprias” dos cidadãos.
“Afirmar que o povo precisa se conscientizar, todos sabemos, mas nem todos praticamos. Dar entrevista que estamos com 100% de leitos ocupados? O povo quer (e deve exigir) garantia de atendimento — está na Constituição Federal — independente se ficou no isolamento ou se, vislumbrados com os brilhos, os holofotes e os brinquedos, atenderam a expectativa dos filhos brincarem na praça, afinal, tá lá. Não li, nem ouvi o povo pedindo parquinho, mas muitos gostaram da ideia, sim! O vírus também, deve estar aplaudindo”, acrescentou.
O secretário municipal de Saúde, Manoel Brezolin, foi questionado pelo JdeB acerca desse tema no programa De Cara com a Imprensa, que foi ao ar quinta-feira, 3, pela TV Beltrão. Segundo ele, o parquinho poderia ter entrado em funcionamento uma semana atrás, mas não foi autorizado devido ao momento vivido pelo município em relação à pandemia. “Eles [os brinquedos] continuam lá, mas não foram liberados para o funcionamento”, respondeu.
Brezolin disse ainda que a questão também será avaliada, como as outras ações, e, se for colocado para funcionar, “já existem os protocolos elaborados, as equipes que vão fiscalizar. E aí a gente precisa saber se essa fiscalização vai ser suficiente ou não e vai saber também avaliar se a população vai seguir as recomendações”.
Ele reforçou que é preciso a colaboração da população no cumprimento de medidas como uso de máscara e álcool em gel e distanciamento social. “São medidas que seriam suficientes, usando a colocação da ONU, que diz que, se 90% da população usasse corretamente essas medidas, não haveria necessidade fechar nada no mundo inteiro, então a gente precisa convencer a população.” *Com informações da assessoria.
[relacionadas]
