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Francisco Beltrão
domingo, 25 de maio de 2025

Edição 8.211

24/05/2025

Produtores se socorrem como podem para arrumar água no interior

Produtor Laldemir está sem água há 60 dias. Busca água no sogro, no vizinho e recebe ajuda da Prefeitura.

Prefeitura socorre propriedades com água em virtude da estiagem.

A situação no interior de Francisco Beltrão está cada vez mais crítica pela longa estiagem deste ano. A terra está seca, as plantas com folhas enroladas e os animais não têm água para beber.

Ontem, a temperatura máxima atingiu 34º C, por volta das 15h, mas a sensação para quem estava nas ruas da cidade era muito maior. Outro agravante é a baixa umidade relativa do ar, em 32%.

Hoje, 26, a previsão do Climatempo é de nova onda de calor, podendo chegar a 36ºC, no decorrer do dia, com possibilidade de chuvas, à noite. Para atender os produtores rurais, principalmente os criadores de aves e gado, a Prefeitura está levando de seis a sete cargas de água com o caminhão pipa por semana. Na semana passada, o secretário de Viação e Obras, Cláudio Borges, disse que iria pedir para o prefeito Cleber Fontana a liberação de um segundo caminhão pipa para atender à demanda por água no interior.

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Segundo Josmar Ramos, observador meteorológico do Iapar/IDR-PR, a última boa chuva em Francisco Beltrão foi no dia 18 de agosto, quando a estação registrou 40,3 milímetros. Em novembro, por exemplo, ocorreram pequenas chuvas no dia 11 de novembro, com 13,5 milímetros, e no dia 18 de novembro, 8,2 mm. “Estamos com baixa precipitação desde o início de setembro. Até o dia de hoje, somado temos 117,1 mm, sendo que a média de chuvas é de 550 milímetros nesse período.”

No interior
Ontem, a reportagem do JdeB acompanhou a entrega de água na Linha São João, na propriedade de Laldemir Frizzo, na margem da PR 483, saída para Ampere. O morador tem uma cisterna de dez mil litros para coletar água da chuva e duas caixas pequenas de mil litros cada. Todas estavam vazias.

Já faz 60 dias que as fontes secaram na propriedade rural. Laldemir Frizzo puxa água com um trator pequeno do seu sogro, que mora perto, mas não está mais dando conta porque a demanda se tornou diária. A água para a moradia vem de um vizinho, puxada com uma bomba até a casa.

Laldemir Frizzo tem cerca de 20 cabeças de gado para engorda, que consomem aproximadamente 800 litros de água por dia. “Eu estava trazendo essa quantidade todo dia com o trator, lá do sogro, agora resolvi pedir um apoio para a Prefeitura pra abastecer a caixa grande, porque não choveu mais pra pegar água da calha.”

Laldemir Frizzo também tem uma pequena lavoura de soja, cerca de três alqueires, numa área arrendada. “As plantas não crescem sem chuva, talvez se der uma chuva boa ainda se recupere, mas não dá pra saber.”

Segundo Claudio Borges, secretário de Viação e Obras, a água é coletada nos hidrantes da Sanepar e levada por dois caminhões todos os dias para os produtores. As regiões mais afetadas são as comunidades interioranas do Km 20, Km 23, Km 26, Ponte Nova do Cotegipe, São Braz, Farroupilha, Rio Ligação, Rio Guarapuava, Km 4, e Km 8.

 

Previsão de perdas nas lavouras
No começo desta semana, o técnico Antoninho Fontanella, do Departamento de Economia Rural da Secretaria de Estado da Agricultura (Seab), disse à imprensa que devem ocorrer perdas na safra agrícola da região em decorrência da forte estiagem.

As lavouras de milho, soja e feijão estão todas plantadas. Mas as plantas precisam de umidade no solo para se desenvolver. Em outros anos, em setembro a chuva vinha e o pessoal plantava. Neste ano, está chovendo pouco no segundo semestre e os agricultores atrasaram o plantio da soja e milho. Mesmo plantando mais tarde as precipitações não estão caindo na região e no Paraná nesta Primavera.

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