Uma pesquisa do Núcleo da Mulher Empresária mostra que 278 eventos foram cancelados ou adiados. Estes profissionais – garçons, seguranças, decoradores, cerimonialistas, recepcionistas – querem uma perspectiva sobre sua volta ao trabalho.
Representantes de empresas de eventos associadas à Acefb se reuniram para relatar que 278 promoções foram suspensas ou adiadas.
Eles dizem que veem a pandemia controlada em Franicsco Beltrão e querem retomar suas atividades, com os devidos cuidados.
Fotos: Darce Almeida/Acefb
Sem saber quando voltarão a organizar e realizar eventos como casamentos, formaturas, aniversários, entre outras festas em Francisco Beltrão e região, devido à pandemia, representantes de empresas associadas à Associação Empresarial (Acefb), reuniram-se na tarde de terça-feira, 12 de maio, na entidade. É mais uma ação da Acefb em favor das empresas associadas.
Delcio Martini, vice-presidente para Assuntos de Programas, Projetos e Eventos, da Acefb, explica que um dos motivos do encontro foi o de compartilhar a preocupação quanto ao retorno dos trabalhos. “Esperamos levantar algumas alternativas para esse momento que vivemos, pela dificuldade que estamos passando. Sabemos que não podemos retornar agora, mas precisamos planejar algo, precisamos um norte, uma previsão de agendamento dos eventos”.
De acordo com o empresário, os eventos não podem ser cancelados pelas empresas, por exemplo, formaturas de universidades, agendadas para 2021, além de feiras, como a Expofeira Mulher, programada para abril do ano que vem. “O que sabemos é que muitos municípios já cancelaram algumas feiras do próximo ano e muitos eventos paralelos estão sendo cancelados. Um novo cenário para o setor de eventos começa a surgir, com algumas medidas de prevenção a serem tomadas. Temos aqui hoje [terça] vários profissionais para somar forças, pois não queremos demitir funcionários e sim continuar gerando empregos, ou até mesmo complemento salarial de muitas pessoas que sobrevivem de eventos como garçons, seguranças, recepcionistas, cozinheiras, bartender, DJ’s, auxiliares, e por aí vai…”
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Aline Prolo, empresária no ramo de eventos, apresentadora de TV e presidente do Núcleo da Mulher Empresária de Beltrão entre 2014 e 2015, elaborou uma pesquisa com o objetivo central de identificar o número de eventos adiados e cancelados em Beltrão, devido à pandemia. Conforme a pesquisa, entre adiados (194) e cancelados (84), foram 278 eventos impedidos de acontecerem. Em valores, dá um total de mais de R$ 5 milhões de prejuízo nesse período de paralisação. “O primeiro passo foi dado. Fiquei muito satisfeita com a aprovação e apoio à minha pesquisa. Na reunião pude apresentar o relatório e todos constataram, juntos, a representatividade e importância do segmento em nossa cidade. Agora, com o apoio da Acefb, iremos aprimorar os dados e sugerir ao governo municipal um retorno gradativo dos eventos”, disse Aline. “Com muita cautela e responsabilidade, mas também com a tranquilidade de que a pandemia está controlada em nossa cidade. Precisamos retornar ao trabalho. São muitas empresas e prestadores de serviços que dependem exclusivamente disso e estão sem nenhuma receita há 60 dias. O nosso produto não é vendido do dia para noite. Envolve encantamento, expectativa e segurança no planejamento. Nossos clientes estão sem nenhuma expectativa e também não estamos tendo procura para futuros eventos. Está tudo parado, precisamos de ajuda”, completa.
O presidente da Acefb, Tarsizio Carlos Bonetti acompanhou a reunião e diz: “é surpreendente a quantidade e qualidade de empresas de Beltrão que prestam serviços aqui e em várias cidades do Brasil, gerando um número grande de empregos”. Tarsizio explica que a entidade está preocupada com a situação. “Nos reunimos para que possamos discutir ações que podem minimizar o problema dessas empresas. Para isso, é preciso buscar, junto às autoridades competentes, uma forma de retorno aos poucos, dos eventos. E também é necessário buscar linhas de crédito para que essas empresas façam frente às suas despesas com folha de pagamento e outras despesas do momento. São empresas que geram muitos tributos ao município. De agora em diante, devemos nos encontrar mais vezes com os empresários”.
João Manoel Rios, presidente do Condef, Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Acefb, ressalta que os empresários puderam explanar sobre as dificuldades que vêm enfrentando. “Foi criada uma comissão que irá discutir as alternativas para o setor. São de três a quatro pilares nesse momento, que é a busca de crédito para os negócios permanecerem abertos, estratégias para retorno futuro dos trabalhos e campanha de marketing. Pretendemos levar esse trabalho para Cacispar e Faciap, chegando a outras entidades do Estado”.
Adaptações
“Foi bem válida a reunião com os associados da Acefb. Inclusive, como comentei no encontro, é uma ótima oportunidade para angariarmos novas empresas do setor para dentro da Acefb, visando fortalecer o nosso segmento. Também foi bom para sabermos o que vem acontecendo com nossos colegas, e que as ações que serão tomadas poderão ajudar local e regionalmente para uma retomada gradativa dos nossos trabalhos”. É a análise da empresária Jéssica Zucco.
Sobre a procura de clientes em sua empresa, Jéssica explica que está bem abaixo do normal. “Converti pouquíssimos contratos, todos para o próximo ano. Mas uma forma que encontrei [para continuar trabalhando], é fortalecer a imagem da minha empresa e também vou usar da minha formação acadêmica [Administração] e pós-graduação em Gestão Contábil Financeira, para prestar consultorias para empresas do ramo de eventos. O projeto está em fase inicial e deve sair do papel nos próximos dias. Dessa forma entendo que vou colaborar para que meus colegas encontrem alternativas e consigam se adaptar ao momento”.
