Proposta é melhorar a produtividade e evitar desperdícios.

Por Leandro Czerniaski – A empresária Sonia Dapper, de Francisco Beltrão, está vivendo um novo momento em sua indústria de confecções. Desde o início do ano vem implementando mudanças no layout e reorganizando a estrutura, num projeto de expansão da produção para atender a demanda de mercado. Sonia fabrica itens de moda íntima. E em meio a todo esse processo, caiu como uma luva a oportunidade de melhorar a produtividade da indústria através do programa Brasil Mais, do governo federal e Senai Paraná.
“Muitas vezes, na correria, não conseguimos parar para observar todas as fases do processo e ver aquele detalhe que pode ser melhorado e que faz toda a diferença no resultado final”, comenta a empresária, que viu a produtividade crescer 20% após a participação no programa. A chamada consultoria “chão de fábrica” propôs mudanças simples, como a forma com que são manejadas ou organizadas as peças na hora da costura, mas que trazem grandes resultados de produtividade.
Quem também está conseguindo ser mais eficiente na produção é o empresário Antonio Bandeira, da Chicobel Estofados. “Conseguimos melhorar muito o fluxo de produção e agora parecem bem óbvias as melhorias, mas muitas vezes vamos caindo na rotina e se habituando a fazer sempre igual”, cita. “Pra nós, o programa deu um up em toda a indústria.”
Agora, Antonio consegue monitorar mais as fases dos processos ter um fluxo contínuo enquanto os estofados tomam forma. Ele está há mais de 20 anos no ramo e é um exemplo de que mesmo com experiência, sempre há algo para aperfeiçoar na indústria.
Retorno imediato
Além da organização do layout e análise do parque fabril, o Brasil Mais também capacita colaboradores, tem consultoria por dois meses e mais dezenas de horas de mentoria com foco na gestão. A ideia é reduzir desperdícios, em todos os sentidos: de materiais, energia e tempo. “Na indústria, tudo tem um ritmo para que a realidade da produção seja muito clara e aconteça de forma bem organizada. É neste sentido que o programa foca muito em teoria, prática e teste e contribui para um retorno significativo que pode ser sentido já no primeiro mês após a implantação”, detalha o gerente regional do Sesi/Senai, Alcides Sperotto Júnior.
O Brasil Mais existe desde 2014, com algumas alterações ao longo dos últimos anos. Em novo formato desde o ano passado, já atendeu 1.100 indústrias no Estado, permitindo um retorno de R$ 57 milhões, segundo o Senai. Um dos diferenciais é o quanto custa participar do programa: 80% do valor é subsidiado pelo governo federal, precisando o industrial desembolsar R$ 2,4 mil para ter acesso à consultoria e mentoria. Se a indústria for associada a sindicato patronal, o valor cai para R$ 950.