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Francisco Beltrão
domingo, 25 de maio de 2025

Edição 8.211

24/05/2025

Queda do poder aquisitivo do brasileiro fica mais nítida no supermercado

Café, produto que o brasileiro não sabe ficar sem, teve aumento de 77% em dois anos. Foto: Niomar Pereira/ JdeB.

Por Niomar Pereira – O custo de vida do brasileiro disparou nos últimos meses e a ida aos supermercados tem proporcionado surpresas desagradáveis aos consumidores. Os preços estão cada vez mais elevados e comprometem o poder de compra dos trabalhadores.

A inflação do mês de junho de 2022 (IPCA), por exemplo, foi de 0,67%, mas no acumulado de 12 meses alcança 11,89%. Está acima dos dois dígitos desde setembro de 2021, quando o acumulado alcançou 10,25%. Entre outros produtos e serviços, os preços dos alimentos têm contribuído para a aceleração da inflação.

Segundo o professor José Maria Ramos, coordenador do curso de Ciências Econômicas da Unioeste, o custo da cesta básica é um exemplo nítido da perda de poder de compra provocada pela alta dos preços dos alimentos.

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Comparando os preços dos itens da cesta básica para o período de junho de 2020 a junho de 2022, é possível perceber uma importante queda no poder aquisitivo da moeda brasileira. Em junho de 2020, a aquisição de todos os itens da cesta custava R$ 112,95. Mas com as elevações de preço, a compra dos mesmos itens saltou para R$ 158,11, um aumento de 39,98%, comparado a junho de 2020, alta de preços puxados principalmente pelo óleo de soja (122,47%), tomate (97,03%), café (77,14%), açúcar (63,33%) e leite (57,99%).

A título de exemplo, em junho de 2020, com R$ 100,00 era possível comprar 26 garrafas de óleo de soja e sobrava troco. Já em junho deste ano, seria necessário R$ 219,44 para comprar a mesma quantidade. Somente o feijão preto e a batata apresentaram redução de preço (-12,54%) e (-5,76%), respectivamente no conjunto de itens da cesta básica.

De acordo com José Maria, o comportamento de alta dos preços da cesta básica aconteceu por diversas razões, como a escassez na oferta dos produtos – seja por questões climáticas ou sazonais; valorização dos preços de commodities (soja, café, açúcar) e da desvalorização cambial. O impacto é sentido na hora das compras, o carinho está mais vazio e caro.

Consumidores estão assustados

Alguns consumidores ouvidos pela reportagem falam dos aumentos verificados. Muitos estão trocando de marcas para tentar fugir dos aumentos.

Mário Sérgio Ramos: “Absurdo, uma lástima, senti muito as alterações de valores principalmente o básico, leite, ovos, carne, arroz, farinha etc”.

Pablo Laurindo: “Os produtos de limpeza, café, tudo dobrou de preço. Café que eu era acostumando a pagar 5,99, na promoção é 15,99 e já paguei fora de mercado 24,99. O gás de cozinha também aumentou muito”.

Leila Fagundes: “Assustador, e a variação de valores das mercadorias, entre um estabelecimento e outro é muito grande. Estamos mudando marcas para tentar se adaptar”.

Quadro comparativo dos preços médios dos produtos da cesta básica em Beltrão

ProdutosJun/20 (R$)Jun /21 (R$)Jun/22 (R$)Variação 21/22 (%)Variação 20/22 (%)
Arroz (5kg)17,2423,0218,81-18,289,12 %
Feijão preto (1kg) 6,727,295,88-19,32-12,54%
Açúcar (5kg)10,1315,6416,555,8363,33%
Café(500g)8,469,7414,9853,8477,14%
Far.Trigo(5kg) 12,8215,3619,4526,6651,76%
Batata (1kg) 3,441,723,2488,35-5,76%
Banana (1kg)2,882,574,1361,0943,34%
Tomate (1kg)2,543,065,0163,6497,03%
Margarina (500g)4,295,576,9925,4563,11%
Pão (1kg) 7,227,437,30-1,781,20%
Óleo Soja (900ml)3,807,358,4414,91122,47%
Leite (1l)3,553,965,6141,6557,99%
Carne (1kg)29,8739,9141,714,5139,61%
Total112,95142,61158,1110,8739,98%
Fonte: GPEAD. Unioeste/Campus de Francisco Beltrão.


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