Baleeiro publicava textos como este, de 23 anos atrás: Folha do Sudoeste, 3 de junho de 2000.
Na próxima semana, o Museu Jorge Baleeiro de Lacerda, instalado no Parque Irmão Cirilo do Bairro Padre Ulrico, será notícia por receber grupos de pessoas em comemoração ao Dia do Meio Ambiente, 5 de junho. Jorge Baleeiro denominava-se um estudioso do Brasil. Era natural do Pará. Nos mais de 40 anos que residiu em Francisco Beltrão, de 1975 até sua morte, em 2016 (com apenas 66 anos), publicou milhares de textos em jornais e revistas, sobre os estudos-reportagens que fazia Brasil afora.
O Sudoeste do Paraná também recebeu atenção especial do Baleeiro. Muita gente que virou notícia e muita informação que parecia esquecida foram resgatados por ele.
Um trabalho que está sendo feito pelo Baleeiro é sobre o arquivamento e divulgação de seus escritos. A professora Sueli Beviláqua Baleeiro de Lacerda tem todo o arquivo deixado pelo marido. Ela está trabalhando na produção de cadernos especiais dos artigos dele. Ela vai deixar no museu que leva seu nome e em bibliotecas, para que todas as pessoas tenham acesso.
Água versus saúde
“O caboclo não se preocupa com a qualidade da água que bebe. Não teria como? Tem preguiça! Não tem educação para dar importância à higiene e á saúde? Tudo isso e mais o descaso do poder público em descobrir fórmulas mais simples para solucionar problemas graves como doenças transmissíveis pela água.
No alto do (rio) Moa, mais do que a malária, mata a diarréia, mata a existência de uma série de protozoários que se desenvolvem na barriga do caboclo. Falei com pessoas que, há 20, 30, 40 anos nunca tiveram malária, mas já “baixaram” (desceram o rio) para se tratar em Cruzeiro do Sul e, em casos mais graves, em Manaus e Rio Branco (Acre).”
Texto que Baleeiro publicou 23 anos atrás e que, infelizmente, deve ter muito de verdade ainda hoje.
