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Francisco Beltrão
quarta-feira, 28 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

“Sete” mil edições, “sete” mil partos?

Beltrão

Parte da turma que fechou a edição “sete” mil, ontem, pouco depois das “sete” horas da noite: em primeiro plano, Samara Lima, Ivo Pegoraro (segurando a capa do exemplar especial de hoje dos Colonos e Motoristas e da primeira edição do Jornal de Beltrão, 1º de maio de 1989, com 16 páginas) e Flávio Pedron (segurando uma cópia da capa do jornal de hoje, com 68 páginas; atrás, Badger Vicari, Thais Feuser, Aline Leonardo, Ian Carlos da Silva e Marcos Staskoviak.

O jornal registra muitas histórias, mas cada edição tem a sua história. Desde a primeira, que começamos com sete sócios – Celso, Claudiney, Itamar, Ivo, Jacir, Luiz Carlos e Quintino – e circulou no dia 1º de maio, até esta número sete mil, que circula no sétimo dia da semana, um sábado. O propósito, desde o início, é fazer o melhor. Talvez por isso, mesmo para quem vive de fazer jornal, cada edição tem seus momentos de tensão. Ou de dúvida. Está, mesmo, tudo certo? Aí vem o relógio e avisa que chegou a hora de dar por encerrado, porque é preciso descansar e no dia seguinte começar tudo de novo. Daí que veio a frase, muitas vezes já repetida: cada edição é um parto. Um novo filho que se põe no mundo da informação. O jornal on-line dá a possibilidade de correções mesmo após ser colocado no ar. O impresso não. Depois que saiu da impressora e chegou nas mãos do leitor, não tem o que fazer. O máximo que resta é uma errata na edição seguinte. Repetindo: cada edição tem sua história. Uma história que nos envolve. E nos apaixona. Ao ponto de, muitas vezes, alguém dizer “azar de quem não ler este exemplar, está muito bom”. Esse bom não é mérito nosso, porque nossa função é registrar o que acontece. Os acontecimentos é que são bons. E são a soma do que todos fazem. Ora o destaque é para um, ora para outro. Se o tempo confirma, só quem viver saberá, mas é agradável aquela constatação que nos leva a dizer “este jornal vai ficar na história”. Nossa contribuição foi fazer os registros, como dizem os desportistas, “dando o nosso melhor”.
Cada exemplar tem seus temas, mas a soma de todos, este sim é histórico. Sete mil exemplares publicados em 31 anos, dois meses e 25 dias. Em sete começamos, chegamos aos sete mil exemplares. Sete que faz lembrar Camões, quando escreveu sobre sua paixão por Raquel:

Sete anos de pastor Jacó servia
Labão, pai de Raquel, serrana bela;
mas não servia ao pai, servia a ela,
e a ela só por soldada pretendia.

Os dias na esperança de um só dia
passava, contentando-se com vê-la;
porém o pai, usando de cautela,
em lugar de Raquel, lhe dava Lia.

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Vendo o triste pastor que por enganos
lhe fora assim negada sua pastora,
como se a não tivera merecida,

tornando já a servir outros sete anos,
dizia: – Mais servira, se não fora
para tão longo amor tão curta a vida.

Quando se é jovem, dobrar de sete para 14 anos é possível, como fez Jacó por sua “serrana bela”. Não posso dizer o mesmo. Chego aos sete mil exemplares aos sessenta e sete anos. A edição 14 mil fica longe pra mim. Mas sei que vai ter gente se emocionando também quando chegar tal marca. Gente que, como eu e todos que trabalhamos para estas sete mil edições, terá muito para contar dos motivos que os levaram a chegar a tal marca. Porque, felizmente, nossa história continua.

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