Na semana passada, técnicos da Agência de Desenvolvimento Agropecuário do Paraná (Adapar), escritório regional de Beltrão, capturaram morcegos hematófagos – espécie que se alimenta de sangue e pode transmitir a raiva – nas comunidades de Água Vermelha, Lageado Grande e Assentamento Missões, região Sul/Sudoeste de Beltrão.
Neste trabalho, os técnicos capturam alguns morcegos, passam uma pasta nos animais e depois os liberam para seu habitat. Posteriormente, a pasta provoca hemorragia interna no morcego e o mata em aproximadamente cinco dias. Estes animais possuem hábito de se lamber ao entrar em abrigos. Os morcegos que se limpam no animal contaminado também acabam morrendo.
Este trabalho preventivo é importante porque os morcegos hematófagos podem atacar bovinos e contaminar pessoas e animais domésticos das propriedades rurais. A Adapar tem 17 locais cadastrados em Renascença, 13 em Beltrão e 6 em Marmeleiro. São cavernas e tocas, propícios para a proliferação destes animais. Quando os técnicos encontram vestígios e população razoável destes animais nas cavernas e tocas, eles capturam alguns morcegos e passam a pasta para que ocorra a diminuição do número destes mamíferos.
De rotina
Fábio Monteiro, médico veterinário da Adapar, lembra que este trabalho é de rotina e de prevenção. Em 2014, os técnicos da agência não registraram focos de raiva na região. Há alguns foram constatados casos nas cidades de Marmeleiro e Realeza que necessitaram de realização de campanhas de vacinação de gatos e cães contra a raiva.
O trabalho é feito somente quando se constata a existência de morcegos hematófagos nas visitas a tocas e cavernas. Os órgãos ambientais só permitem o trabalho de controle das populações destes animais. Por isso, os morcegos que não são hematófagos, ao serem capturados e identificados como de outras espécies, são soltos.
