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Francisco Beltrão
sexta-feira, 27 de junho de 2025

Edição 8.234

27/06/2025

Terapias integrativas ajudam presos com estresse e ansiedade

Projetos em parceria com a PEFB e a Unioeste de Beltrão. Foto: Assessoria.

Nos últimos anos, as professoras Franciele Aní Cavilha Follador e Gisele Arruda, do Laboratório de Biotecnologia, Saúde e Ambiente, da Unioeste, campus de Francisco Beltrão, vêm conduzindo uma série de projetos de extensão voltados ao sistema prisional local. As ações envolvem diretamente policiais penais, pessoas privadas de liberdade e seus familiares, com resultados relevantes nas áreas social e de saúde integral.

Os projetos promovem práticas socioeducativas e de cuidado em saúde dentro de um contexto historicamente marcado por vulnerabilidades. O foco, segundo as pesquisadoras, é a construção coletiva de estratégias de humanização, fortalecimento de vínculos e melhoria da qualidade de vida.

“Nosso trabalho busca romper com a lógica exclusivamente punitiva e propor caminhos para uma convivência mais digna dentro do sistema prisional”, afirmam.

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Duas linhas de atuação na área da saúde têm se destacado. A primeira é voltada à avaliação dos riscos cardiovasculares entre os policiais penais, considerando os efeitos do estresse crônico e das condições de trabalho. A segunda é a aplicação da auriculoterapia — técnica da Medicina Tradicional Chinesa — no tratamento de transtornos mentais comuns, como ansiedade, insônia, estresse e depressão. A prática tem sido aplicada tanto em servidores quanto em apenados.

“Além dos relatos positivos dos participantes, os resultados também aparecem nos marcadores bioquímicos, como os níveis de cortisol e indicadores inflamatórios”, explica Franciele. Avaliações realizadas com os grupos atendidos indicam melhoras significativas na qualidade do sono, na redução dos sintomas emocionais e em aspectos sociais mais amplos.

As ações têm contribuído para um ambiente mais humanizado, com efeitos que extrapolam a saúde individual e alcançam também as relações interpessoais e institucionais.

“É uma forma de reconhecer a complexidade desse espaço e propor intervenções que promovam saúde, dignidade e justiça social”, destacam as coordenadoras dos projetos.

Coordenador do Deppen destaca importância da parceria com a Unioeste

O coordenador regional do Departamento de Polícia Penal (Deppen), Marcos Andrade, reforçou a relevância da parceria entre a Penitenciária Estadual de Francisco Beltrão e a Unioeste.

Segundo ele, o convênio firmado com a instituição de ensino tem sido fundamental para a melhoria dos serviços prestados no sistema prisional, especialmente na área da saúde e no acolhimento às pessoas privadas de liberdade.

“Essa parceria é essencial. Os estagiários da área da saúde, principalmente os que estão na fase final da graduação em Medicina, têm desempenhado um papel muito importante dentro da penitenciária.”

Ele explica que, com a presença desses profissionais em formação, diversas demandas que antes precisariam de encaminhamento externo acabam sendo resolvidas diretamente na unidade prisional, com acompanhamento e indicação adequados.

Além da área médica, cursos de outras áreas da Unioeste também têm contribuído com atividades de estágio na penitenciária. “A maioria dos cursos presta algum tipo de serviço, seja no acompanhamento das pessoas privadas de liberdade, nos policiais penais, na orientação ou em outras ações que geram bem-estar no ambiente prisional.”

Marcos ressaltou ainda a disposição constante da universidade em colaborar com o sistema penitenciário.

“Sempre que somos provocados ou provocamos a Unioeste, eles buscam nos atender, nos auxiliar, oferecer suporte. Essas atividades agregam de forma concreta à vida do preso, dos familiares e à dinâmica da unidade como um todo.”

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