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Francisco Beltrão
quinta-feira, 29 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Trabalhadores do transporte público entram em greve; Prefeitura dá 48 horas para regularização

Beltrão

Trabalhadores exigem a manutenção da tripulação
mínima para o transporte coletivo e outras medidas.

Pelo menos 22 trabalhadores e trabalhadoras do transporte público de Francisco Beltrão entraram em greve na manhã de ontem, 13, pela assinatura de um acordo coletivo com a empresa Guancino que garanta a manutenção da tripulação mínima e a garantia de um acordo coletivo, no qual aceitam o reajuste zero nos salários, desde que nenhum cobrador seja afastado. Devido à paralização, os ônibus estão circulando em frota reduzida. Ainda ontem, a Prefeitura solicitou a regularização do serviço.
Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Francisco Beltrão (Sitrofab), Josiel Tadeu Teles, as complicações entre os trabalhadores e a empresa se estendem desde maio. O que ele alega, é que devido às medidas que instituíram a taxa de gratuidade, que atinge 37% das passagens, e o fim do uso do dinheiro para pagamento do transporte, houve um rombo na empresa, impactando os funcionários.
Entre as consequências destacadas por Teles, estão o reajuste zero nos salários, a saída dos cobradores e a supressão de um valor acrescentado anualmente aos servidores, contado de acordo com o tempo de trabalho.
Devido à pandemia e à crise econômica causada por ela, Teles apontou que a categoria aceitou o reajuste zero, mas se mobilizou após não ter recebido as garantias de permanência dos cobradores.
Ele nega que ato seja uma manobra política e ainda defende que é necessário a participação do poder público na garantia de uma legislação que não tenha “um efeito cascata contra os trabalhadores”. “Os trabalhadores não estão dispostos a pagar a conta deles”, frisou.

Regularização
Ainda ontem, a Prefeitura emitiu uma notificação à empresa dando prazo de até 48 horas para a normalização dos serviços, cabendo sanções em caso de não cumprimento. Dentre as penalidades constam multa, intervenção, rescisão do contrato e declaração de inidoneidade para a empresa licitar ou contratar com administração pública.

Apesar de transtornos, muitos aprovaram greve

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JdeB – O aposentado Nelson Veloso dos Santos, de 69 anos, esperou cerca de duas horas por um ônibus, sem sucesso. Pela manhã, ele conseguiu ir do Bairro Padre Ulrico ao Centro pagar as contas de luz e internet, mas não ficou sabendo da paralisação e tentou voltar de ônibus. “Até estranhei, porque a lotação passa de hora em hora”, relatou enquanto aguardava o transporte no ponto em frente à rodoviária.
No terminal urbano, muitos usuários aguardavam a chegada dos ônibus para seguir viagem até os bairros, mas os veículos passavam com intervalos maiores de horário devido à redução da frota. Alguns passageiros, mesmo reclamando da greve, demonstraram apoio ao movimento dos trabalhadores. “No momento que a gente tá passando com as coisas aumentando, e ainda querem reduzir salário. Daí eu apoio que parem mesmo”, contou um morador do Pinheirão. Um grupo de conhecidas cogitava dividir um táxi para ir pra casa, dada a incerteza de que um ônibus do seu itinerário passaria por ali. Os funcionários da Guancino levaram cadeiras para a praça ao lado do terminal, onde permaneceram durante todo o dia.

 

Guancino se manifesta sobre movimento grevista

O início de movimento grevista no transporte coletivo de Francisco Beltrão na manhã desta sexta-feira, 13 de novembro, levou a concessionária Guancino Transporte Coletivo a manifestar-se diante da atitude tomada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários. Segundo a empresa há encargos do sistema de transporte urbano que assume sozinha, foram buscadas negociações e a medida de greve acaba em prejuízo dos próprios passageiros, inclusive por ser véspera das eleições municipais.
A direção da empresa indica que mesmo com dificuldades financeiras cumpre seus compromissos com salários, encargos e horas extras. Acrescenta que mesmo com prejuízo não houve redução do número de viagens e são mantidos os serviços em todas as linhas, apesar da redução no volume de passageiros, devido à pandemia do coronavírus. Especifica que essa queda chegou a 85% e hoje está em 75%.
Conforme a Guancino, desde maio ocorrem discussões com o sindicato dos motoristas e todos os funcionários são informados. Além disso, são buscados financiamentos para manter os compromissos, que deverão começar a ser pagos no próximo ano, e renegociadas dívidas com fornecedores. A direção da empresa, ao lamentar o transtorno gerado e questionar o começo do movimento de greve dois dias antes das eleições municipais, avalia que isso leva a um indicativo de cunho político, que prejudica principalmente os usuários.

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