
Uma vida responsável por levar as pessoas por Francisco Beltrão. Clair Montanari começou sua carreira dentro de um ônibus como cobrador, quando tinha apenas 14 anos, mas precisava ajudar em casa e morava perto da garagem do Guancino. Seu irmão Valdir foi o primeiro da família a começar no ramo, pois era conhecido de Sérgio, dono da empresa. Atualmente, Clair completa 34 anos trabalhando no transporte coletivo da cidade.
Ao completar 18 anos, Clair já sabia dirigir ônibus, graças aos ensinamentos de seu irmão nas horas vagas. Ele começou a dirigir profissionalmente assim que teve a oportunidade e, desde então, sua carteira de trabalho foi assinada por uma única empresa. Clair acumula 20 anos como motorista, conhecendo a cidade como a palma de sua mão. “Eu fiquei um tempo parado devido a uma angioplastia, mas senti muita falta de dirigir. O médico sugeriu que eu ficasse afastado até me aposentar, mas eu não me sentiria bem. Assim, ele me autorizou a voltar se eu me sentisse bem”, lembra Clair, que não pensa em parar de trabalhar tão cedo.
Durante a pandemia, houve diminuição nas linhas devido à redução no fluxo de pessoas, mas Clair observa que, desde o início do ano, o movimento está voltando ao normal. Atualmente, ele é responsável pela linha que vai do Terminal Central passando pelo Vila Nova, até o bairro Padre Ulrico e Entre Rios.
O cuidado e a paciência são essenciais na rotina de Clair. “Nos horários entre picos, metade da manhã e metade da tarde, é tranquilo. Mas bem cedo e no horário do meio-dia é complicado. Algumas ruas da cidade exigem muita atenção, porque é fácil ocorrer colisões. Fazemos o máximo, mas o ônibus é comprido, e algo sempre pode acontecer.”
Clair destaca que o estresse é um grande inimigo dos motoristas de transporte coletivo, principalmente devido à falta de educação no trânsito. “As pessoas acabam xingando. Por exemplo, os motoristas de Uber, a maioria são gente boa, mas têm uns estressadinhos.”
Um dos pontos positivos da profissão é a relação com os passageiros. Como os motoristas fazem a mesma linha por muito tempo, todos acabam se conhecendo. Inclusive, os passageiros se ajudam em situações onde alguém não tem o cartão ou vale-transporte.
Passando 7 horas e 20 minutos dentro do ônibus diariamente, Clair reforça seu amor pela profissão. “Eu me acostumei com o trabalho. E quem quiser trabalhar na área, que experimente, porque a maioria aprova. Tenho muitos colegas que começaram antes de mim e continuam. A gente conversa com bastante gente e a maioria é gente boa.”