Agora o consumidor olha o preço e migra para marcas mais baratas.

Por Ivo Pegoraro – A elevação do preço do leite nos supermercados de Francisco Beltrão provocou baixa nas vendas, conforme informações obtidas pelo JdeB para esta reportagem. Foi “considerável” a baixa nas vendas de leite, informa Luciani Perdoncini, gerente do Mano Dois. “Deu uma reduzida grande”, diz J. Monteiro, gerente do Super Vipi. “As pessoas têm reclamado do preço”, completa Lidiane Borba, gerente do Ítalo.
Tanto Luciani como Monteiro e Lidiane contam que os clientes que levavam duas e até três caixas (de 12 pacotes cada), agora pegam um pacote ou dois.
Também informam que as pessoas estão procurando trocar o leite por outros produtos, como iogurte, ou leite em pó, que fica mais barato. Todos os supermercados oferecem várias marcas. As diferenças de preços variam pouco. “Muda uns centavinhos de uma pra outra”, observa Monteiro. Mas o pouco mais barato que uma marca esteja da outra já pode ser motivo de escolha. “Ainda hoje uma mulher me perguntou se uma marca, que está mais barata que a outra que ela sempre compra, é boa”, conta Luciani.
Uma alternativa encontrada pelas pessoas é comprar leite de saquinho, ou “barriga-mole”, tem menor custo. Estes, segundo Luciani, tiveram aumento nas vendas. Lidiane confirma, o leite de saquinho teve aumento de vendas. “Estava em 2,99, agora 4,99, quase o dobro, e é o mais barato.”
Tem aumentado também a venda de leite em pó. O preço baixa para a metade.
Os gerentes informam que as pessoas de melhor poder aquisitivo continuam comprando leite da marca preferida, mas grande parte dos consumidores olha o preço e, conforme o caso, migra para outras marcas.
Apesar do aumento nos preços do leite, consumidor não mudou hábitos
Consumidores consultados pelo Jornal de Beltrão não mudaram seus hábitos de consumo de leite, mesmo com os seguidos aumentos no varejo. Eles perceberam que os preços aumentaram bastante nos últimos três meses e praticamente não há mais supermercados vendendo o litro do leite longa vida (UHT) abaixo de R$ 6, exceto em eventuais promoções.
Dileta Pedroso Morge, vendedora, consome leite em pó de 400 gramas. Ela relata que antes dos aumentos o produto era vendido na faixa de R$ 12 a R$ 15,90 e agora este tipo de produto que ela consome está na faixa de R$ 18 a R$ 19,90. Mas há outros produtos mais em conta nos mercados. “Foi um aumento considerável.”
Mesmo com os aumentos nos valores dos lácteos, ela não reduziu o consumo.
A empresária Tania Galon argumenta que o preço “tá bem salgado”. A família compra leite colonial em panificadora e, antes dos aumentos, pagava na faixa de R$ 3 a R$ 3,50 e agora na faixa de R$ 4,50. Tania acredita que o aumento nos preços se deve ao aumento da ração que é fornecida para alimentar o gado leiteiro.
Apesar do aumento dos lácteos, a empresária ressalta que a família não reduziu o consumo. Por semana, Tânia e os familiares consomem de dois a três litros. A empresária também compra leite em pó de 380 gramas e percebeu maiores preços. “Custava de R$ 8 a 9, agora na promoção custa R$ 12. Mas o preço normal tá R$ 15 ou mais.”
Felipe Junkes, comerciante aposentado, e seus familiares também não mudaram de hábito em relação ao leite. Felipe e a esposa Vera caminham frequentemente pela cidade. Sempre que ele e a esposa passam em frente dos supermercados, ao verem preços promocionais do leite, acabam comprando.
Mas ele ressalta que “hoje tá difícil de achar abaixo de R$ 6 [o litro]”. A família consome de cinco a seis litros por semana. Felipe comenta que o litro do leite, hoje, está mais caro que o litro da gasolina.