Calor, chuva e descuido podem favorecer o aparecimento de criadouros. Caminhada hoje, no centro de Beltrão, quer alertar população.

Uma caminhada de conscientização aconteceu na manhã de ontem, no centro de Francisco Beltrão. A atividade lembrou o beltronense a se manter em alerta para o período considerado o “paraíso” para o Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue – cujos casos caíram de 654 em 2012 para apenas quatro até novembro deste ano – e da febre chikungunya, versão mais duradoura e intensa da doença.
A mobilização saiu em frente à Unimed e passou pela Avenida Julio Assis Cavalheiro até o 16º Esquadrão de Cavalaria Mecanizado. Segundo Bruna Freitas de Oliveira, coordenadora do setor de combate a endemias da Secretaria Municipal de Saúde, o objetivo é chamar a atenção da população que, embora os casos de dengue tenham diminuído nos últimos anos, o perigo ainda existe, visto que o município ainda tem altos e baixos nos índices de infestação.
Há quatro meses, o Levantamento de Índice Rápido (Lira) era de 0,6%; hoje é de 2,8%. Até 1%, as condições de infestação são satisfatórias; de 1% a 3,9%, a situação é de alerta; para os índices superiores a 4%, há risco de surto de dengue. O período de chuvas e calor é o mais propício para a proliferação do Aedes aegypti e o Aedes albopictus. Mas não é só isso.
“Agora, a preocupação aumenta ainda mais pela existência da febre chikungunya no Brasil, que também é transmitida pelo mesmo vetor da dengue e tem sintomas bem semelhantes. A diferença é que a chikungunya é mais prolongada e as dores musculares são mais intensas. Há relatos de pessoas que se curvam tamanha a dor causada pela doença. Algumas pessoas chegam a ficar de seis meses a um ano incapacitadas para o trabalho”, diz Bruna.
Apenas três casos de febre chikungunya foram registrados no Paraná – nenhum em Beltrão.
Até novembro, apenas quatro casos de dengue foram confirmados no município, todos em períodos isolados. A redução é significativa se comparada a 2013, quando 27 casos autóctones foram registrados, e reflete o trabalho da vigilância epidemiológica do município, além de uma maior conscientização do beltronense. “Hoje, encontramos focos de mosquitos em locais que as pessoas não imaginam que possam ser criadouros. A população tem colaborado muito”, reconhece Bruna.
Orientação para as férias
Antes de sair de férias, o setor de Combate à dengue recomenda que seja feita uma varredura nos lotes das casas. Pneus são os locais favoritos dos mosquitos, porém qualquer utensílio que possa acumular água deve ser coberto ou preenchido. Piscinas devem ser tratadas com frequência e é preciso limpar as calhas para que não entupam e se tornem criadouros de larvas.