O encanto do Natal está em todos os lugares. Nessa época, as pessoas investem em decoração especial para deixar as residências ainda mais bonitas. Para entrar no clima, o comércio também faz sua parte e colabora para que o Natal não perca sua magia. A arquiteta e urbanista Veridiana Negri foi a responsável pela vitrine da loja Tic Tac, na Avenida Júlio Assis, em Francisco Beltrão.
Segundo ela, que é especialista no assunto, na hora de decorar as vitrines das lojas a regra é a mesma que vale para milhões de coisas: menos é mais. “Uma vitrine poluída não dá destaque ao produto. Por isso, levando em consideração o produto que você quer destacar, não precisa estar cheia para chamar a atenção.”
Para que os elementos decorativos fiquem harmônicos junto aos produtos da vitrine, Veridiana dá as seguintes dicas: “É preciso levar em consideração alguns pontos, como, por exemplo, qual o produto que vai ser vendido, o perfil do consumidor e a mensagem que você quer passar”.
Esses detalhes vão definir como ficará a vitrine. O fato é que, para o comércio, o local precisa ser uma exposição dos produtos e uma espécie de “primeira venda ao consumidor”. Afinal, é por meio dela que as pessoas observam e encontram o que precisam. Por isso, em meio aos objetos natalinos, é necessário evidenciar o visual merchandising, mantendo a marca inovadora, instigante, atraente e com impacto. “Tudo isso para levar o cliente a consumir o produto que está exposto na vitrine ou outros produtos da loja.”
Qual é o destaque?
Não é porque é Natal e Ano Novo que os produtos da loja têm de ficar em segundo plano. É possível, com bom gosto e criatividade, destacar a decoração natalina e dar ênfase ao que o comércio quer vender. Conforme a arquiteta, o empresário deve aguçar a curiosidade e expor os produtos mais atrativos e bonitos que a loja dispõe. “Mas, lógico, lembrar que vitrine é vitrine, por isso, não queiram colocar todos os produtos da loja dentro dela.”
A vitrine é o cartão de visitas da loja. Não se pode colocar nela qualquer produto, afinal, é ali que o consumidor se sentirá atraído ou não a consumir naquele estabelecimento. Veridiana diz que as vitrines não podem se transformar em depósitos de objetos e garante que ela é o rosto da loja. “Ela que vai fazer a tua loja se destacar das outras, juntamente com um comércio bem elaborado e um bom atendimento ao público.”
Como se faz uma vitrine
Não é difícil fazer uma bela vitrine, mas, para não errar, o proprietário precisa primeiro saber o que deseja. Via de regra, há duas formas: a vitrine expositiva e a figurativa. A expositiva é a mais usual, o que não quer dizer que seja a mais indicada. Neste tipo de vitrine os produtos ganham exposição maior, eles são o foco. Já na vitrine figurativa, cria-se uma atmosfera de mistério. O objetivo é aguçar a curiosidade de quem vê.
O vitrinismo está em alta e cada vez mais os empresários percebem a importância de valorizar a sua no comércio. Conforme Veridiana, apesar das novidades, a tendência é sempre a criatividade. “Não repetir o que as lojas da cidade estão fazendo, usar modos diferentes de chamar a atenção para o seu comércio. O diferente, com medida, para mim é a dose certa, mas tem que ousar, porque o comum todo mundo faz”, alerta a arquiteta.
Outro ponto relevante é a iluminação. Não adianta escolher os elementos certos se não souber deixá-los à mostra, especialmente à noite. “Se você faz uma vitrine linda, mas não tem a iluminação adequada, seu produto não se destaca tanto.”
E, felizmente, não é preciso gastar muito dinheiro para montar uma vitrine à altura. A criatividade não custa caro e existem inúmeras formas de decoração muito em conta. As vitrines podem ser montadas com elementos reaproveitáveis, como uma grade, uma porta, enfim, coisas que fogem do tradicional e são baratas.
A magia do Natal na vitrine
Sem dúvida, um belo exemplo é a vitrine da loja Tic Tac. A ideia inicial, conforme conta Veridiana, foi fugir do senso comum. Fazer uma vitrine diferente das demais. O objetivo principal foi encantar as crianças, lembrando que são elas que mais vivem o espírito natalino. Por isso, a vitrine da loja foi montada num cenário infantil, como se fosse um desenho animado.
As luzes azuis dão um efeito de magia e os brinquedos espalhados na neve, como se caíssem do céu sendo largados pelo Papai Noel, fazem crianças e adultos se emocionarem. Segundo a arquiteta, toda a vitrine tem que contar uma história para se destacar, e foi justamente isso que a Tic Tac evidenciou: o sonho de Natal. “Quando se cria uma vitrine, tem vários pontos a serem considerados e pontos a serem analisados: público-alvo, mercadoria a ser exposta, mensagem que quer passar, ponto de venda. Isso tudo faz parte do pacote e acho que atingimos o que queríamos com a vitrine.”