
JdeB – A reunião presencial do Centro de Letras deste mês contou com a presença do trovador e repentista Ermar (popular Osmar Ribeiro), de Francisco Beltrão. Seu filho Osmar Júnior puxou a sanfona e Osmar, de improviso, bem aplaudido, cantou assim:
Eu vejo que em nosso meio tem escritor com ternura,
E ao longo do seu trabalho vem lutando com bravura.
Tirando do próprio peito com um jogo de cintura,
É fazendo com prazer, e fazendo acontecer a história de uma cultura.
Olha a Dona Teresinha, que a nós veio lá de Palma,
É bom que se comunique, que estas coisas se alarma.
Para que todos conheçam, vocês merece umas palma,
E diga a verdade pura, que o povo sem cultura, é um povo que não tem alma.
Quem depois escreve livro, escreve tudo o que sente,
Põe o coração na caneta, com a alma vibrante e quente,
São letras de caixa alta, ou de leituras de corrente
Escreve a sua memória, e assim descrevendo a história,
Que é feito pra nossa gente.
Aonde a cultura cresce, livremente em alvoroço,
A leitura gauchesca, que é chamado de grosso.
Preste atenção nas leituras, o que é que escreveu o moço,
Porque as letras nos governa, leitura de corpo e perna, e somos de carne e osso.
A cultura é a nossa vida e quanta paz ela nos traz,
Cultura dos meus avós, das bisavós e dos meus pais.
Eu faço o que aprendi, não vou esquecer jamais,
As lutas, perdas e glórias, derrotas e as vitórias, dos nossos ancestrais.
A história até me comove, e que história bem fina,
A leitura nos acalma, é tranquila e é serena.
Eu escrevo para os senhores, de alegria a minha alma se envenena,
Essas letras de carpeta, um lápis e uma caneta, que antigamente era pena.
A leitura nos retrata e em livros são registrados,
Quem lê e escreve o livro, que nos deixa este legado.
Pois se ninguém escrevesse e não fosse declarado,
Nós não teria memória e não conhecia a história dos nossos antepassados.
Eu me sinto emocionado porque sou bem português,
A história da minha terra, ouvi por diversas vez,
Eu já peleei para longe, ainda foi este mês.
Que marque bem no arquivo e resiste em bons livros, isso eu peço pra você,
Este assunto me emociona e me abre um apetite
Eu abro aqui um parêntese pra que um dia me visite
É um encontro interessante de leitura e de elite
Este verso de bom preço, seu Ivo eu lhe agradeço
Por ter me feito o convite.