
Confesso que, até o pivô Ton, do Pato Futsal, ir jogar a Kings League, não tinha dado muita atenção para essa modalidade, que virou uma febre no Brasil a partir de março deste ano. Mas fiz um comparativo de audiência no jogo que o Ton deveria jogar, Vélez Camaquã (RS) x Pato, pela Liga Nacional, e a partida que ele estava dentro das quatro linhas, G3X FC x Fúria FC, em Guarulhos (SP), no Kings League Brasil. Pela diferença de internautas no YouTube, a gente pode perceber porque esse novo jogo tem tantos patrocinadores e poderio de investimento.
Enquanto o jogo do Pato Futsal tinha cinco mil espectadores simultâneos, o Ton estava sendo assistido em uma partida com mais de 280 mil dispositivos conectados. E vale ressaltar que uma SmarTV com 50 pessoas acompanhando a partida é considerada somente um dispositivo, então não temos como saber quantas pessoas são atingidas.
Só que eu gostei do que vi, achei o jogo do Kings League um show mesmo, me parece uma mistura entre futebol de campo, de salão, com um ar de UFC e algumas surpresas muito comuns de reality shows, com cartas que podem mudar toda a história do jogo no segundo tempo. Sem contar que o jogo começa com o X1, que é um goleiro e um jogador de linha para cada lado, com todo o espaço do mundo, propício para sair os primeiros gols.
O que o futebol perdeu, ainda mais depois do VAR, é a magia do gol, que é o que as pessoas querem ver, é o que vende o produto. Jogos burocráticos e um festival de 0 a 0 e 1 a 0. O futsal também está ficando assim, se ninguém coloca a opção de goleiro-linha.
No sete contra sete, o futebol society da Kings League também começa a ficar chato, então eles inventam essas regras de pênalti batido pelo presidente, ou o adversário com um atleta a menos por quatro minutos, para voltar a ter gols. E nos últimos dois minutos do segundo tempo, cada gol vale dois, ou seja, se o seu time estiver perdendo de 4 a 2 e fizer um gol, termina empatado em 4 a 4. Outra questão é que a partida não termina empatada. Se persistir a igualdade no tempo normal, vai para os pênaltis, aí ficam dois pontos para o time vencedor e um para quem perde nas penalidades. Quem vence no tempo normal, ganha três pontos.
Os melhores quatro colocados da Kings League Brasil se classificam para a Kings World Cup Clubs, que é o mundial da categoria, marcada para acontecer na França, entre os dias 1 e 14 de junho de 2025. No mundial, serão 32 times: 5 da Kings League Spain, 4 da Kings League Americas, 4 da Kings League Brazil, 4 da França, 4 da Itália e 2 da Alemanha. Além disso, 9 equipes wildcard do resto do mundo completarão a lista.
O problema para o futsal e a solução para os jogadores da modalidade é que quem atua no futebol das quadras vai sempre ter muita facilidade em jogar a Kings League, pois é um jogo muito rápido e intenso, parecido com o que já acompanhamos na Liga Nacional de Futsal. A diferença é que essa novidade tem nomes como Kaká, que é o presidente da Kings League Brasil, Neymar, que é o presidente do time Fúria FC, e outros influenciadores como Luva de Pedreiro, Toguro, a cantora Ludmilla, dentre outros.
Quem inventou a Kings League?
O autor desse projeto inusitado é o espanhol Gerard Piqué, ex-jogador do Barcelona, junto com o streamer Ibai Llanos, com o objetivo de combinar esporte e entretenimento. Na final dos campeonatos, a organização ainda realiza no intervalo um grande atrativo que é o jogo entre as lendas do futebol, como Ronaldinho Gaúcho, Francesco Totti, Andrea Pirlo, Falcão, Hazard, Saviola, Agüero, entre outros, contra os streamers famosos.