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Francisco Beltrão
quarta-feira, 11 de junho de 2025

Edição 8.223

11/06/2025

A globalização e seus bons resultados

Eu sou do tempo que o vilão era o “imperialismo” (uns 40 anos), depois veio a “globalização” (uns 30 anos) e agora está começando “a guerra tarifária”.


É isso que informa o coeficiente de Gini. “Entre 1990 e 2020, o coeficiente de Gini do planeta passou de 70 para 60,6. Quanto mais esse número se aproxima de 100, mais concentrada é a renda”, escreve o jornalista Hélio Schwartsman (Folha de S. Paulo). Ou seja, o mundo está numa situação melhor: em 30 anos, a pobreza extrema no planeta caiu de 36% (1990) para 9% (2017).

Muitos intelectuais e estudiosos de esquerda devem espumar de raiva ao testemunhar o fracasso de suas teorias econômicas. Talvez por isso que nessas últimas décadas o marxismo (e seus derivados) foi contaminado pelos movimentos identitários — a “nova esquerda” —, com suas pautas chatas de gênero, linguagem neutra, feminismo, racismo, crianças trans, etc.

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Sim, a experiência de economia centralizada pelo Estado (gênese do comunismo) foi um desastre. E onde ainda isso sobrevive os resultados são tristes — Cuba, Venezuela, Coreia do Norte, algumas ditaduras no continente africano e na Ásia central —, o descalabro continua, numa vida sem liberdade e de permanente opressão, com as pessoas querendo fugir.

Mas quando somos jovens, e isso aconteceu comigo até minha vida adulta, somos facilmente seduzidos pelo discurso da “igualdade”, justificando os regimes autoritários como “uma etapa histórica na construção de uma nova sociedade”, etc.

Eu sou do tempo que o vilão era o “imperialismo”,  com as economias dos grandes países invadindo os países pobres e roubando suas riquezas e tal, como retratado pelo uruguaio Eduardo Galeano naquele livro vagabundo “Veias abertas da América Latina” (uma bíblia para todo jovem militante).

Depois veio a “globalização”, o consenso de Washingotn, os países ricos malvadões iam acabar de vez com as nações da periferia, etc.

Agora, Hélio Schwartsman nos ilumina: entramos num outro patamar de disputa econômica planetária: “A globalização sai de cena para dar lugar a um mundo de guerra tarifária”.

Por quanto tempo? Isso eu acho que ainda ninguém sabe. Será que vamos viver até 2030 com essa “guerra tarifária”? Ou até 2035? Ou até 2040?

Resumindo: O “imperialismo” foi dos anos 1950 (depois da segunda guerra) até o fim da década de 80 (com a queda das ditaduras comunistas da Europa); a “globalização” foi dos anos 1990 (com a popularização do mundo eletrônico no planeta inteiro, a revolução tecnológica) até agora (a inteligência artificial). O futuro será então “a guerra tarifária”, tendo EUA e China como protagonistas principais.

Aliás, Donald Trump está se preparando: quer comprar a Groenlândia (para ter segurança na região do Polo Norte) e controlar o Canal do Panamá (impedindo que os chineses usem esse espaço, ou lhes cobrando altas tarifas).

Pois é, esse é o nosso mundo. O capitalismo venceu de goleada, o capitalismo se reinventa, e geração após geração mais e mais pessoas se beneficiam das conquistas do desenvolvimento humano, como mostra o coeficiente de Gini. Ser de esquerda radical está cada vez mais fora de moda.

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