Geral
Dias atrás um político de Francisco Beltrão disse que se a disputa pela prefeitura no ano que vem fosse entre os deputados Nelson Meurer e Luciana Rafagnin, ele se colocaria como terceira opção. * Eu, como Itamar M. Pereira ? que todo sábado nos brinda com textos bem descontraídos no seu ??Batendo papo?? lá na página 15 ?, desisti há tempos da minissérie A casa das sete mulheres. * Quinta-feira no Jornal da Globo, Arnaldo Jabor falou uma coisa que imediatamente concordei: que a guerra está acordando os americanos esclarecidos, que hoje fazem protestos em favor da paz, e que no ano que vem estarão em campanha contra Bush, na disputa presidencial.
Ele pode ter dito apenas uma frase de efeito, uma piada, mas captou bem o que muita gente sonha: a disputa frente a frente, voto a voto, entre duas das maiores figuras da política contemporânea da cidade e região.
Como o duelo que se vislumbrava na Fórmula 1 entre Senna e Schumacher, se o brasileiro não tivesse morrido em 1994.
Nem Luciana nem Meurer vão morrer para que não aconteça o bate-chapa direto entre ambos. Não vai ocorrer porque eu acho que para eles não é conveniente.
Para eles, o melhor é trabalhar numa espécie de guerra fria ? mover as peças nos bastidores, formar alianças e amarrar apoiadores, pôr gente de confiança em determinados postos, etc.
O que eu observo na questão Incra de Francisco Beltrão é exatamente este capítulo da guerra fria beltronense e sudoestina. E quem gosta de política se delicia.
A grosso modo, o grupo ligado a Luciana acha justo nomear o chefe porque afinal o presidente da República é o Lula. A proposta petista venceu nas urnas e cabe agora preencher os cargos com pessoas identificadas com essa proposta. E mais: Luciana quer mostrar poder.
Por outro lado, Lula precisa de apoio no congresso nacional para aprovar as reformas que julga decisivas para a governabilidade e desenvolvimento do seu projeto de país ? e Meurer está disposto a fazer parte desta base congressual. E ele quer valorizar seu apoio, e manter certa influência local.
O nome para o Incra bancado pelo pessoal ligado a Luciana é de Ademir Dalazen. O nome do pessoal de Meurer deve ser o atual chefe Luiz Carniel.
Vamos ver quem vence essa queda-de-braço política. É apenas um capítulo, porque no ano que vem, na disputa pela prefeitura ? e em outras cidades da região ? a guerra fria continuará.
Mas outro dia vi um pedaço e era uma cena que se pretendia íntima, então acompanhei, na expectativa. Mas que nada, não aconteceu nada. Nem sexo, que poderia de alguma forma levantar a audiência.
Esse pessoal, que tradicionalmente fica indiferente à política, a partir dessa guerra vai voltar a se mobilizar, e considerar importante uma eleição presidencial.
Eu acho que se Al Gore tivesse vencido Bush em 2000, hoje não haveria guerra.