Eu não me espantarei se em 2026 algum candidato vier com a proposta, por exemplo, de plebiscito para a pena de morte no Brasil.
Parece que a campanha presidencial de 2026 já definiu seu mote principal: a segurança pública. Pelo menos no campo da oposição. O governador de MG, Romeu Zema, foi para El Salvador para ver in loco as medidas que o presidente Nayib Bukele adotou para tornar seu país o mais seguro das Américas. Pelo que lemos, por lá as gangues criminosas foram dizimadas e grandes prisões, construídas. E a suprema corte deles foi mudada, trocando juízes cansados por juizes com uma nova visão.
Outro presidenciável além de Zema, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, está percorrendo o Brasil e o tema de suas palestras é “O desafio da segurança pública – Como Goiás se tornou o Estado mais seguro do Brasil”.
No ano passado, quando estava à frente do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud), o governador Ratinho Júnior encabeçou uma proposta de segurança, envolvendo as ideias dos sete estados do grupo (os três do Sul e os quatro do Sudeste), que foi encaminhada para o governo federal, com penas mais duras para os criminosos, mudança no Código Penal, etc.
Mas o governo federal não tem a segurança como sua prioridade — por isso, deduzo, a proposta do Cosud deve ter sido esquecida rapidamente. É da tradição da esquerda ser mais, digamos, acomodada quando o assunto envereda para a segurança. Em geral, a prioridade atende mais a questão social e as famosas políticas compensatórias (tipo bolsa família, programa pé-de-meia, etc.). Talvez, se eu estiver certo e a segurança for o tema principal da campanha de 2026, o lulismo se mexa e apresente alguma coisa.
Em São Paulo, o presidenciável governador Tarcísio de Freitas iniciou o ano de 2025 anunciando “a maior contratação de agentes de segurança da história do estado”. E pelo que pesquisei, ele está bem avaliado neste quesito.
O fato é que a banalização dos crimes está deixando o brasileiro muito indignado. Volta e meia aparece a notícia de que um roubo de celular acabou em morte da vítima, em geral um cidadão de bem que estava chegando em casa, ou andando de bicicleta, ou caminhando na calçada e tal. E isso vai se acumulando, e a paciência do cidadão vai se esvaindo.
Um dos itens que marcou a ascensão de Bolsonaro, no começo da década passada, foi sua bravura em dizer o que muita gente tinha entalado na garganta: bandido que mata ou ameaça deve ser morto, sim. O conhecido chavão “bandido bom é bandido morto” virou mantra para Bolsonaro. E uma grande parcela da população começou a prestar atenção naquele deputado desconhecido.
Eu não me espantarei se em 2026 algum candidato vier com a proposta, por exemplo, de plebiscito para a pena de morte no Brasil e isso impulsionar seu nome nas pesquisas. Anota aí.