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Francisco Beltrão
quarta-feira, 11 de junho de 2025

Edição 8.223

11/06/2025

Bolsonarismo vai se renovar “na marra”

Seja Tarcísio, Ratinho Júnior ou Zema, não será “totalmente bolsonarista”, terá luz própria. Não estará 100% submetido a Bolsonaro — talvez uns 50%.


Badger Vicari – É essa a sensação que eu tenho: não vai ter anistia, não vai ter alívio no julgamento do STF, não vai ter acordo, nada, e o ex-presidente Jair Bolsonaro vai enfrentar o rigor da lei e, tudo indica, no mês que vem será réu — e o julgamento se dará neste ano.

Um parênteses: como aconteceu, cabe sempre ressaltar, com o então ex-presidente Lula em processo de 2017 e 2018 e que acabou em condenação. Lá em Porto Alegre, a 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região sentenciou o petista a 12 anos de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro (o juiz Sergio Moro, na primeira instância, tinha condenado o petista a nove anos). Não teve nada de “golpe”, nada de “prisão sem provas”, etc.

Vamos lá. Bolsonaro continuará inelegível até 2030 (foi condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral por abuso de poder político, quando questionou a lisura do processo eleitoral, sem nenhuma prova, só palavras vazias para embaixadores internacionais) e é possível que, agora em 2025 e 2026, encare alguns meses em regime fechado.

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É incrível como as biografias de ambos acabam se assemelhando, conferindo, ao mesmo tempo, grande prestígio a eles. Eu sei, bolsonaristas e lulistas que agora me leem devem me xingar por eu fazer essa comparação provocativa.

Mas, seguindo, podem anotar aí: mesmo fora do pleito eleitoral, Bolsonaro será um cabo eleitoral fortíssimo em 2026 — como foi Lula em 2018. Lembram? O “poste” Fernando Haddad (considerado por muitos o pior prefeito da história de São Paulo, que não foi nem pro segundo turno em 2016, no pleito que seria o da sua reeleição) foi pro segundo turno e obteve 45% dos votos no Brasil.

Eis aqui a renovação do bolsonarismo, porque o candidato a presidente que terá o apoio do capitão, seja Tarcísio, Ratinho Jr. ou Zema, não será totalmente bolsonarista, terá luz própria. Não estará 100% submetido à agenda do ex-presidente — talvez uns 50%…

E será uma renovação “na marra” porque não tem alternativa, simplesmente não tem alternativa, porque nenhum filho do ex-presidente tem capacidade de unificar o campo ideológico da direita. E nem firmeza. Aliás, bem ao contrário: os filhos meio patetas (como políticos) são um problema crônico desde o primeiro ano de gestão do pai, em 2019.

Vejamos tudo isso pelo lado bom da coisa, pensando no Brasil e pensando que a verdadeira mudança do país é geracional — chega dessa turma da envelhecida Constituição de 1988.

Meu Deus, Lula e Caiado estavam concorrendo a presidente em 1989! Alckmin era deputado constituinte de 1987 a 90 (assim como José Serra), e Bolsonaro se elegendo deputado federal pela primeira vez em 1990. Esse pessoal não se aposenta nunca! Pense nisso: a verdadeira mudança do país é geracional.

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