E essa cultura é a ocidental e seus valores, como democracia, liberdade, defesa da vida, etc.

Eu sei que não é politicamente correto dizer que existe uma cultura superior na humanidade. Mas existe. E essa cultura é a ocidental e seus valores, aqueles que se forjam nos pensadores gregos e na disciplina judaico-cristã.
E que politicamente começou a engatinhar há uns 400 anos, quando o parlamento inglês cerceou um pouco o poder real; ou quando, há uns 300 anos, a constituição americana colocou no papel a liberdade individual, a igualdade de todos perante a lei — valores que a teoria de esquerda tentou (e tenta) solapar, defendendo a coisa do coletivo como superior ao indivíduo e tal.
Valores superiores que hoje se apresentam como democracia, liberdade, defesa da vida, etc. Na prática, dignidade e respeito às mulheres e às crianças, por exemplo, duas categorias que até bem pouco tempo atrás eram relegadas ao segundo plano — e que em outras culturas continuam relegadas, como no Oriente, na África e na Ásia.
Peguemos o caso em tela no mundo, a defesa dos ucranianos por seu país e sua liberdade e a vontade cruel do inimigo coletivista de querer aniquilar isso.
Ora, a Ucrânia quer civilidade, quer manter sua democracia e ter autonomia para evoluir e querer se juntar aos valores ocidentais — onde estão inscritas as garantias de uma sociedade mais bacana que aquela ditadura que quer acabar com seu país.
A rigor, a Rússia de Vladimir Putin é que deveria ser derrotada, superada, porque representa o atraso civilizacional. Mas nada é simples, sabemos todos, porque esse pessoal tem poder bélico e econômico e as tratativas com essa gente sempre são cheias de dedos, a gente aqui do ocidente com medinho de ofender a sensibilidade do ogro.
Queria que o ocidente tivesse uma liderança à moda Margaret Thatcher, ou um papa com visão política como o santo João Paulo 2º, e daí veríamos Putin corado de vergonha no alto dos seus 69 anos de vida.
O mundo está acompanhando essa guerra e a pergunta que se faz (e que me fazem) é como isso vai acabar. Independentemente da minha torcida (eu gostaria que Putin caísse e que a Rússia se recolhesse e pagasse altas quantias de euros para a reconstrução do estrago covarde que fizeram), acho que o desfecho será uma Ucrânia dividida, com a capital, Kiev, na mão dos ucranianos e a, digamos, “parte sul”, com os invasores. Já li algumas análises que também apostam nisso. Vamos ver. É um palpite.
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Caso a Rússia vença e mate o presidente Zelensky (44 anos de vida), e tome o país para si, transformando a Ucrânia numa anexação completa, não vejo clima para isso prosperar. A população ucraniana que sobrar no país (e fora dele) vai odiar os russos até a quinta geração. Os países ocidentais que anunciaram embargos não vão querer voltar a ter com Moscou a mesma relação de outrora.
E os países vizinhos que têm governos autônomos vão se preocupar, porque a gana expansionista russa pode continuar. Sei lá.
Mas sei que a economia é interligada, e se esse conflito se estender vai sobrar pra todo mundo, que inferno. E tudo por causa de um grupo político de um homem só, ressentido e totalitário, que domina o maior país do mundo neste século.
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Encerrando: são culturas inferiores, carentes no que tange a valores individuais e estado de direito, atrasadas mesmo, que têm o substrato para que surjam essas figuras (ou grupos políticos) que se acham a encarnação da nação — Putin na Rússia, Xi Jinping na China, a família Jong-un na Coreia do Norte, a família Castro em Cuba, a família Ortega na Nicarágua, o populismo cínico aqui pelos trópicos…