Geral
Gostei das atitudes das escolas de Francisco Beltrão que se manifestaram, com seus alunos, em defesa da paz e contra a guerra exigida e acontecida pelos EUA. * O que mais estou gostando do governo Lula é a disposição de ter opinião em questões internacionais. Opiniões e iniciativas, como a proposta de países amigos para a crise venezuelana. Lula, ao se alinhar em defesa da ONU e da diplomacia civilizada para equacionar conflitos mostra maturidade e coragem ? qualidades praticamente ausentes na história além-fronteiras brasileira.
No Jornal de Beltrão registramos a passeata das escolas Léo Flach e Sagrado Coração, depois as atividades do Suplicy e mais uma passeata que uniu Industrial, São Francisco de Assis e escola-oficina Adelíria Meurer, junto com o pessoal de pedagogia da Unipar.
Um raciocínio rápido diria que ??não adianta nada?? esse tipo de coisa.
Pois eu acho que adianta. Adianta por criar consciência de se estar no mundo. Adianta porque promove reflexões sobre a existência, a política e o poder.
O que vale, muitas vezes, não são os atos em si, mas as atitudes substantivas que simbolizam alguma coisa. Lembro dos dias seguintes ao desabamento das torres do World Trade Center, quando o prefeito de Nova York, Rudolph Giuliani, vestiu um colete dos bombeiros e se deixou fotografar sobre os escombros.
A força braçal de Giuliani pouco adiantaria na remoção de tudo aquilo, mas o que ele simbolizou com o gesto teve uma força política imensa. A força de dizer que a prioridade das prioridades da prefeitura estava lá, na recuperação daquilo. Foi, como eu li na ocasião, uma atitude bem mais significativa do que os discursos de Bush na TV. Bom, depois de Giuliani, Bush também foi lá mostrar a prioridade de seu governo…
No ano passado, depois que Rubinho teve que deixar Schumacher passar, na Áustria, para que o alemão vencesse, obedecendo uma orientação da equipe, nós aqui do jornal reunimos uma galera e incendiamos um boné da Ferrari, simbolizando nossa indignação diante de uma atitude que desrespeitou o esporte.
Muita gente deve ter achado rídicula nossa ??rebeldia?? juvenil. O que adianta?, perguntam sempre os conformados (ou os ??gabrielanos??, na bem humorada definição de João Lázaro Ferreira, quinta à noite, no Espaço da Arte).
Mandamos nosso protesto para a revista de automobilismo Racing, de circulação nacional, e tivemos a felicidade de ver nossas fotos e carta publicadas e, imaginamos, muitos leitores que viram aquilo devem ter sentido um baita orgulho da gente, do nosso ??gesto político??.
O mesmo orgulho que sinto em ver alunos de Francisco Beltrão empunhando faixas, fazendo cartazes e painéis em defesa de uma proposta de paz que tem um conteúdo político profundo ? de dizer não à intolerância, à arrogância, ao estilo rude que prefere a força primitiva ao diálogo civilizatório.
Parabéns aos professores e direções das escolas que souberam captar hoje o momento mais importante do mundo e o colocaram na realidade de suas escolas.
É assim que se desenvolve a sensibilidade que amanhã vai defender também os interesses do seu país, seu Estado, sua região, sua cidade, seu bairro, sua escola, sua casa, sua vontade, seu amor.
