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Francisco Beltrão
quarta-feira, 11 de junho de 2025

Edição 8.223

11/06/2025

Futebol e política, um curioso paralelo

E esse 4 a 1 simboliza o Brasil contemporâneo, esse país dividido entre dois grupos lamentáveis, bolsonaristas e lulistas.


Badger Vicari – Os brasileiros somos afeitos a fazer certos paralelos entre futebol e política. Posso fazer também, rapidamente. Em 1958, nossa primeira taça mundial, era o tempo de desenvolvimento, governo JK em alta, Brasília quase concluída, a Bossa Nova explodindo, otimismo à flor da pele, o Brasil era notícia positiva.

O mesmo com o tricampeonato de 1970 — a despeito da ditadura (uma realidade daquela época, em tempos de guerra fria EUA x URSS) —, Pelé consagrado, nossa economia crescendo bastante e o país se urbanizando como nunca, uma nova classe média consumista querendo ser feliz, e com os filhos na escola.

Em 1994, o Brasil em crise (impeachment de Collor em 1992), mas reagindo. Uma seleção consciente da sua limitação (a final foi um zero a zero medonho contra a Itália), o Plano Real sendo gestado para salvar a economia. E deu certo, derrubou a inflação e demos a largada para um crescimento modesto, mas verdadeiro.

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Em 2002, o penta, um novo Brasil em campo, uma das melhores seleções de todos os tempos, o Plano Real consolidado, algumas privatizações, o Brasil parecia que ia acelerar no século 21.

Mas o lulismo venceu em 2002 e começamos a viver um retrocesso perverso. O pontapé mais vistoso dessa desgraça foi o mensalão de 2005, tática para desmoralizar o Poder Legislativo. E nos gramados vimos a seleção brasileira festeira de 2006.

Em 2014, o vexame em casa, o famoso 7 a 1 e o governo Dilma responsável — de acordo com os dados oficiais — por uma das maiores recessões da nossa história. Um desastre. Impeachment da petista em 2016. A Lava-Jato revelando o Petrolão, a trama macabra dos lulistas e seus aliados em alto grau.

Nesta semana, outro fiasco, que parece estabelecer que o Brasil, em termos de seleção, está fixado na intermediária. E vai demorar para a gente voltar a ser protagonista. O 4 a 1 pra Argentina foi dito por muitos comentaristas como a pior atuação, tanto tática quanto pela “vontade” dos atletas. Eu diria, parafraseando o jornalista Adolfo Pegoraro (Jornal de Beltrão de quinta-feira): um time de acordo com a cara do presidente Ednaldo Rodrigues (CBF).

E esse 4 a 1 simboliza o Brasil contemporâneo, esse país dividido entre dois grupos lamentáveis, bolsonaristas e lulistas, dois agrupamentos prejudiciais, inimigos do bom senso. Dois agrupamentos mais semelhantes do que dessemelhantes. Mas isso é assunto para outros artigos.

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