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Francisco Beltrão
quarta-feira, 11 de junho de 2025

Edição 8.223

11/06/2025

O bolsonarismo rachado em três grupos

Existe o grupo da família e seus fãs, que é o mais forte; existe o grupo do ex-aliado dos petistas Valdemar da Costa Neto; e existe o grupo dos olavistas, seguidores de Olavo de Carvalho.


Já saiu de moda o momento marcante das grandes manifestações de rua. Pode retornar futuramente, claro, mas no momento, nesta década, não mais. Tivemos, nos anos 80, as grandes jornadas pelas diretas e depois os comícios de Tancredo Neves. O Brasil da redemocratização. Nos anos 90, grandes mobilizações pelo impeachment, os caras-pintadas derrubando o presidente Collor e tal. E na década passada, começou com o vandalismo da extrema-esquerda black blocs mas, em seguida, o verde e amarelo tingindo o país; o MBL derrubando a presidente Dilma, etc. Na esteira desse turbilhão, formou-se o bolsonarismo, com muita força patriótica e um genuíno sentimento anti-PT. Bolsonaro venceu a eleição de 2018.

Daí passou. As manifestações foram diminuindo de tamanho, tanto as do bolsonarismo como as “pela democracia” feitas pelo lulismo. Domingo passado, no Rio, o ex-presidente Jair Bolsonaro tentou. Mas não foi feliz. As pessoas já não estão mais a fim.

Além disso, para piorar, vai ganhando corpo a tríplice divisão que existe dentro do bolsonarismo. Um grupo, ainda o mais forte, é formado pela família Bolsonaro e seus aliados fiéis; outro grupo, meio malandro, é formado pelo presidente do PL, Valdemar da Costa Neto (ex-aliado dos petistas nos governos Lula 1 e Lula 2), hospedado no bolsonarismo e que está “comendo pelas beiradas”, fortalecendo a sua legenda com os chamados “intergalácticos” enfraquecendo o bolsonarismo raiz; e um terceiro grupo, inofensivo, é formado pelos olavistas, os seguidores do professor Olavo de Carvalho, um pessoal mais ideológico que não dá muita bola para a família Bolsonaro, mas ainda não tem força para uma caminhada independente. Um nome de destaque nesse grupo é o deputado de SP Ricardo Salles (Novo).

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Esse 2025 será um ano difícil para Bolsonaro. As falas ditas domingo no Rio de Janeiro não têm correspondência com a realidade. Dois exemplos:  Kassab não está “do nosso lado” como discursou Bolsonaro, isso é delírio puro; e muito menos “existem votos na Câmara e no Senado” para a “anistia”. Enfim, discurso atrapalhado, de palanque, para enganar fanáticos que não leem nada, que não acompanham a conjuntura política, etc.

Será um ano difícil, sim. Semana que vem, dia 25, tudo indica, o ex-presidente Jair Bolsonaro (e outros aliados) será considerado réu no processo do STF. E acho que ninguém colocaria seu dinheiro numa aposta acreditando que ele não será condenado.

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