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Francisco Beltrão
quarta-feira, 18 de junho de 2025

Edição 8.228

18/06/2025

Política e intimidade

Geral

Tempos atrás ? 30 anos, digamos ? seria um escândalo um político querer se apresentar para pedir votos tendo ??problemas?? pessoais na sua vida privada.
Entenda-se ??problemas?? por separação, ou não ser casado, ou ter filhos problemáticos (ou não ter filhos). Atualmente, ainda bem, já ultrapassamos esse preconceito. Temos Ciro Gomes, separado, que concorreu à Presidência da República. E para dar um ar de maior contemporaneidade, é amigo da ex-mulher Patrícia, rompendo uma certa tradição novelesca que informa que quem se separa deve conversar só por intermédio de advogados.
Marta Suplicy é outro exemplo de revolução dos costumes. Separada, namora um cara cinco anos mais novo que ela.
É sinal de maturidade do eleitorado não se deixar influenciar por particularidades das pessoas políticas. Não chegamos ao ponto da Europa, onde gays assumem sua sexualidade e se candidatam a cargos públicos sem maiores problemas. O prefeito de Paris é um histórico militante homossexual.
Não chegamos, repito, ao ponto da Europa, mas estamos melhores que os EUA, sem dúvida.
Aqui, Marta já disse que experimentou maconha; o prefeito de Belo Horizonte Célio de Castro declarou ser a favor da legalização do aborto; líderes do PT do Rio Grande do Sul são ateus.
Quer dizer: além de maturidade em não se deixar ludibriar por questões íntimas, o eleitorado brasileiro está suficientemente tarimbado para não se influenciar por posicionamentos pessoais dos seus representantes.
Nos EUA, se o cara colou na prova de matemática na 5ª série não pode ser presidente do país, já que, dentro de um moralismo perverso, provou não ter caráter suficiente… Dirigir alcoolizado quando jovem  ou chegar perto de maconha no tempo da universidade, oh! não, é o fim da carreira.
Um dia eles evoluem. Tomara! Mas até lá assistiremos, com medo, figuras débeis como esse George W. Bush com um poder inacreditável.

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