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Francisco Beltrão
quarta-feira, 11 de junho de 2025

Edição 8.223

11/06/2025

Sergio Moro deve formar um novo grupo

De herói da Lava Jato a político de prestígio. Por isso ele está com essa aceitação positiva que todas as pesquisas estão detectando.


As pesquisas para o governo do Paraná em 2026 estão confirmando o que muita gente está dizendo, eu inclusive: o favoritismo do senador Sergio Moro vai permitir que ele encabece a formação de um novo grupo político no estado.

Mesmo se ele for o candidato do governo, ou o candidato do bolsonarismo — ou de ambos ao mesmo tempo, vai saber… — , Moro tem personalidade para engendrar uma configuração mais do seu jeito.

A única chance de Moro não confirmar o favoritismo será se ele não formar um grupo político forte e simplesmente desistir de tentar. Mas isso me parece improvável, dado seu percentual nos levantamentos que estamos verificando — ele tem, por baixo, uns 30% do eleitorado meio que consolidado.

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Mas é claro, estamos a séculos da eleição e muita coisa pode acontecer, sempre é prudente fazermos essa ressalva. Tem a questão nacional, que é importante, etc.

A única certeza que temos em relação a Moro é que ele não estará ao lado do PT. Fato. Dito isso, repito: ele poderá ser o nome governista para a sucessão de Ratinho Júnior, ou o nome do bolsonarismo.

Uma síntese objetiva, com validade até março do ano que vem: Se Alexandre Curi não se firmar, nem Guto Silva e muito menos Rafael Greca, o Palácio Iguaçu fica órfão. O bolsonarismo também não me parece suficientemente robusto, seja com Cristina Graeml ou Paulo Martins. Vamos ver.

Mas caso eu esteja errado e um desses grupos, ou os dois, governo e bolsonarismo, se apresente competitivo, acho que Moro não precisa temer e deve manter seu nome no páreo. Vamos ver, vamos ver.

Vamos lá. Esse festival de pesquisas que estamos assistindo, Brasil afora, de intenção de voto e de popularidade do presidente Lula — praticamente toda semana, ou a cada 15 dias, aparecem essas notícias — revela um cansaço da opinião pública com o presidente Lula.

O governo acabou, como disse, com outras palavras, o presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI), na Folha de S. Paulo de ontem. Um trecho: “É um governo completamente ultrapassado, com o presidente isolado, sem vontade de tomar as decisões de que o país precisa”.

E Ciro dá a entender que tá com pena do presidente Lula, por isso não cai fora imediatamente: “Não quero ser o causador de uma insolvência do governo. Porque, se eu desembarco hoje, o União Brasil pode vir junto, o Marcos Pereira [presidente do Republicanos] é difícil ficar sozinho lá dentro. E eu não sei se o [Gilberto] Kassab [presidente do PSD] fica. O ideal é dar governabilidade ao país para a gente fazer uma transição. Se eu fosse o presidente Lula, o mais rapidamente possível, eu anunciava que não era candidato e virava essa página”.

Em certo sentido, Ciro Nogueira resume o sentimento que grande parte da população está sentindo, de que estamos testemunhando uma “virada de página” na história brasileira. Uma nova geração está aparecendo.

E Sergio Moro representa isso como poucos — de herói da Lava Jato a político de prestígio. Por isso ele está com essa aceitação positiva que todas as pesquisas estão detectando.

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