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Francisco Beltrão
quinta-feira, 12 de junho de 2025

Edição 8.224

12/06/2025

Alceu Nicola e a memória de Getúlio Vargas na Estância do Itu

Geral

Baleeiro com o empresário Alceu Nicola, em Santiago-RS

– foto de Geonir Vincensi – 2008.

Se dependesse do Governo Federal, a estância do ITU em que Getúlio Vargas viveu entre 1946 e 1950 estaria às traças, nada restaria da memória de Vargas. Felizmente a Estância do Itu, hoje pertencente ao município de Maçaubará, tem seu casco, sua sede, preservadas pelo empresário Alceu Nicola, getulista, colecionador de livros sobre Getúlio Vargas e verdadeiro mecenas do legado desse Grande Brasileiro.

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Creio que nos últimos 15 anos lá estive umas cinco vezes. Numa delas passei cinco dias. Agora penso voltar para desenvolver estudos sobre a Paixão de Getúlio pelo cavalo, aspecto de sua vida que ninguém ainda estudou. O velho gostava de cheiro do povo e de lombo de cavalo. Agora já reúno alguma documentação que daria para um livreto, cuja impressão será patrocinada pela Cabanha Maneco Pereira. Preciso pesquisar, também na estância Santos Reis, a 15 km de São Borja, onde Getúlio passou sua infância, depois que deixar da Estância do Triunfo, perto de Nhu Porã.

Certa feita, juntamente com Alceu Nicola, estive na Estância do Triunfo à procura de pedaços de janela e de porta da casa em que nasceu Getúlio, segundo registrou Lutero Vargas em seu livro “Getúlio Vargas, a Revolução Inacabada”. Espero que Alceu Nicola me acompanhe até a Santos Reis, idem o advogado Viriato S. Vargas, sobrinho neto de Getúlio, em cuja casa me hospedo quando vou a São Borja.

Na Estância do Itu, a 100 km de Santiago do Boqueirão, o que Getúlio queria, depois de deposto, era cavalgar no seu crioulo baio “Raio de Luar”.

Fizeram-no voltar ao Catete, deixar o paraíso do Itu, no fundo do pampa gaúcho, e acabar se matando… Estava muito velho para sofrer mais uma deposição, desta feita patrocinada pela UDN de Carlos Lacerda, maquiavélico ex-comunista que se fez conservador de extrema direita, orador de grandes tiradas de improviso, de frases de efeito num país maciçamente de analfabetos, mas de nenhum grande discurso analítico, modelo de linguagem, à maneira de Ruy ou de Nabuco. Que me prove o contrário o Villas Boas Correa, 65 anos de jornalismo  político, 88 anos de idade, amigo de Lacerda e de toda a tropa udenista anti-Vargas.

Getúlio viu-se obrigado a governar com mão de ferro para reduzir o coronelismo, enxada e voto de cabresto no Brasil, o domínio das oligarquias caipiras de cada município. Cada Estado era um feudo, cabide de emprego dos apaniguados do poder e o povo-boiada  na estagnação eterna do analfabetismo, do cabo da enxada. Getúlio começou a organizar o moderno Estado brasileiro. Queimou as bandeiras para reforçar a unidade nacional. Getúlio foi duro para poder sanear a Nação. Cometeu erros, mas o Brasil seria pior sem as ações que limparam a Nação das atas falsas, das eleições forjadas e do voto de cabresto! Quando o Brasil se livrar dos últimos udenistas a memória de Vargas será cultuada, seu memorial construído em Brasília e a Estância do Itu será visitada como um altar da Pátria e tombada como relicário nacional. Até lá, caberá a Alceu Nicola zelar por esse patrimônio da Nação!

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