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Francisco Beltrão
quarta-feira, 18 de junho de 2025

Edição 8.228

18/06/2025

Voando num velho C-47 da FAB – I

C-47

 

C-47 2079, baseado em Belém, na Base Aérea de Val-de-Cans. Foto de Jorge Baleeiro de Lacerda – 4 de julho de 79.

Nasci no Bairro Cidade Velha, em Santa Maria de Belém do Grão Pará; seis meses depois fui para o T-1 na Base Aérea de Val-de-Cans. Com três anos, meu passeio era ver os catalinas saírem da Baía do Guajará depois da amerissagem.

Há dois meses, em Brasília, faleceu meu amigo e mecenas Jarbas Passarinho. Um mês, pouco mais, antes do seu passamento escrevi longo artigo aqui. Devo a Passarinho várias caronas com a FAB ao longo de 35 anos. Uma delas foi num velho C-47, registro 2079, baseado na Base Aérea de Val-de-Cans, em Belém do Pará (minha terra natal).
Uma cartinha ao Brigadeiro Protásio, o maior abridor de campos de pouso na Amazônia, possibilitou-me ir de Belém a Macapá, depois ao Jari, a Santarém e a Manaus nesse velho herói da 2ª Guerra Mundial, verdadeiro pé-de-boi da aviação civil e militar, presente em todo o mundo durante décadas.
Os inúmeros voos que fiz com a FAB arrastaram-me para a leitura de muitos livros sobre ela e sobre a aviação brasileira, de maneira particular o estudo dos DC-3 (C-47). Li que a FAB chegou a ter registrado 80 aviões C-47, que foram oficialmente desativados em 1983. Alguns caíram… 
Segundo li, foram fabricados 16.079 DC-3, sendo dez mil C-47 – versão militar do DC-3. Foram fabricados 4.937 em convênio com a Rússia e 487 com o Japão. Minha filha Lígia comprou para mim na França a obra de Yves Tariel: “La Histoire du Douglas DC-3”. Li , também, e tenho “The Dakota – The DC-3 Story”, de Jacques Borge e Nicolas Viasnoff, e “The Douglas Dc -3 and its predecessors” de M.G Gradidge. Creio que o Brigadeiro Nelson Freire Lavanère-Wanderley, em seu livro “História da Força Aérea Brasileira”, deveria ter dado mais espaço para o C-47. 
Meu interesse pela participação do C-47 na 2ª Guerra levou-me a ler muito sobre esse avião. Felizmente há razoável literatura sobre o tema, mormente em inglês. 
Oxalá algum aviador aposentado, civil ou militar, com tempo para pesquisar, possa escrever um livro sobre o DC-3 nos céus do Brasil. (Continua).

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Interior do C-47. Foto de Jorge Baleeiro de Lacerda – julho de 1979.

 

 

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