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Eu, que adoro fazer uso das redes sociais, compartilho informações, reportagens, fotos da família e uso a ferramenta para fazer contatos profissionais e bater papo com os amigos, decidi que durante o período eleitoral não me manifestaria sobre absolutamente nada. E cumpri. Não expus minha opinião, não defendi nenhum dos lados. Mas vi muita gente perdendo a estribeira por causa de política. Li e vi coisas que me fizeram sentir vergonha de alguns amigos e pena de outros tantos. Percebi que as pessoas se sentem tão protegidas por trás da internet, tão acima do bem e do mal, que não pensam duas vezes antes de ofender, humilhar, denegrir e castigar quem pensa diferente, quem é diferente. Quando exponho aqui, no espaço de meu artigo, assuntos sobre comportamento, família, filhos, cotidiano e sexo, procuro passar o que penso, o que vivo, mas sempre com o máximo cuidado de não agredir quem não concorda comigo. As pessoas são livres para pensarem como quiserem, para agirem da forma que acham mais adequada a sua realidade. Tenho amigos gays, pretos, militantes, feministas, partidários. Convivo com gente que é louca por uma rave, por pagode, por música sertaneja e que adora dançar um funk com o volume no “talo”. Não preciso dizer amém pra tudo, tampouco ser sempre do contra. Acho chato ser assim. Prefiro ter opiniões nem tão formadas sobre tudo. Gosto de discutir ideias, de ver os dois lados da moeda e, mesmo quando assumo com todas as minhas forças uma posição, opto em defender meu lado sem piscar e cuspir na cara do adversário. Prefiro ser mais leve, seguir a vida com humor, rindo até das coisas que dão errado, dos imprevistos do dia a dia.
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Pois bem. As eleições chegaram ao fim e deixaram um retrato triste de nossa sociedade: somos preconceituosos, somos vingativos, somos arrogantes, somos pouco humanos. Não é esse legado de ódio que quero deixar para meus filhos. Este artigo não é sobre política, sobre quem ganhou ou perdeu. É sobre como é fácil fazer com que sua opinião caia por terra caso você não use do bom senso e da educação para erguer sua bandeira. Não preciso estar do seu lado, gostar do que você gosta, nem ser seu amigo, mas posso respeitar até mesmo um inimigo declarado se ele me tratar com dignidade. Brigas acontecem, discussões também, ninguém está certo ou errado o tempo todo. Você pode ofender alguém hoje e se redimir amanhã, perdir perdão, se rebaixar para alguns, a vida é assim.
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Quero aqui deixar meu repúdio aos comentários discriminatórios ao Nordeste do país. Nasci no Sudoeste do Paraná e sou do Sul, mas não sou sulista, sou brasileira.Não me convide para dividir o país, por favor. Me convide para dividir uma pizza. Sem mais.