Ouvimos aqui e ali histórias de pessoas que perderam o rumo na vida e entraram numa espiral em direção ao abismo financeiro e pessoal. Nem sempre é fácil entender os motivos, as mudanças às vezes vão acontecendo tão devagar que quando se vê, parece não haver mais saída. Gente que nasceu rica e comportou-se de forma perdulária, como se o dinheiro nunca fosse acabar.
A fortuna chegou ao fim na mesma velocidade em que o esbanjamento se repetia. Ou então uma separação tumultuada, que resulta na dissolução dos bens e completa confusão na vida familiar. O fato é que muitas pessoas se perdem aos poucos ou desabam vertiginosamente. Algumas vezes, fica difícil identificar quando começou a derrocada, qual foi o passo inicial para a saída dos trilhos.
Outras vezes, tudo parece apontar para a decadência. São tantas atitudes fora do contexto, o jeito errado de criar um filho, negócios malfeitos, vícios, e por aí vai. O filho que cresce mal orientado não terá disciplina para estudar nem se sujeitará ao trabalho, terá tudo para ser um desajustado, ao passo que uma vida desordenada financeiramente vai terminar em caos. É inevitável.
As pessoas no redemoinho nem sempre percebem a situação. Continuam a agir como se estivesse tudo normal, enquanto o navio segue inapelavelmente em direção ao rochedo. Por vezes, gente que está numa situação assim não admite conversar sobre o assunto e chega a ficar irritada se alguém oferece ajuda. E assim, tantas vidas descambam tristemente para um final melancólico.
Lotes vazios
Alguns bairros da cidade, com terrenos supervalorizados, vão se povoando de lotes baldios, o que pode ser comprovado bem perto do centro. Como tais imóveis só podem ser adquiridos para a construção de edifícios, devido ao valor que geralmente supera a casa do milhão, eles vão ficando vazios. E são muitos, às vezes um ao lado do outro. Tal situação deixa as ruas feias, com aspecto decadente. E isso, paradoxalmente, pode influir na desvalorização dos imóveis.