Em projetos como esses não há necessidade de cada casa ter lavanderia, quarto de hóspedes e sala de estar, já que esses espaços podem ser de uso coletivo.
Com o gradual envelhecimento da população, está se consolidando uma nova opção: apartamentos destinados a idosos. Também vai crescendo a tendência de habitações compartilhadas por pessoas dessa faixa etária. Além de reduzir custos, a moradia em grupo contribui para a socialização.
A experiência surgiu na Dinamarca em 1970 com o objetivo de proporcionar economia e socialização a pessoas com mais de 50 anos. Posteriormente a ideia foi levada para os Estados Unidos e hoje é realidade em muitos países. Na Inglaterra, um grupo de mulheres criou a Older Women’s Cohousing, destinada exclusivamente a mulheres de 50 a 87 anos. O espaço consiste em apartamentos individuais com ambientes comunitários para atividades em grupo, como brincadeiras, jogos e sessões de filmes.
Uma das vantagens nesse projeto é que as pessoas ficam próximas, estabelecem laços de amizade e se apoiam em todas as situações, o que ajuda a superar um dos principais problemas da velhice, que é a solidão. Em projetos como esses não há necessidade de cada casa ter lavanderia, quarto de hóspedes e sala de estar, já que esses espaços podem ser de uso coletivo.
Concebida inicialmente para pessoas acima dos 60 anos, a experiência é cada vez mais comum, a ponto de passar a abranger interessados de outras faixas etárias. No Brasil ainda não há, oficialmente, projetos parecidos. Em Francisco Beltrão existe o condomínio do idoso no bairro Luther King, que consiste em casas para duas ou mais pessoas. E está sendo construído um novo condomínio, mais amplo, que deve abrigar cerca de 100 moradores, no bairro Pinheirinho. Serão 40 casas de 40 metros quadrados.
O projeto prevê ambulatório para atendimentos médicos básicos e áreas comuns para acompanhamento social e visitas de familiares. A infraestrutura de lazer inclui uma praça de convivência, biblioteca, sala de informática, academia ao ar livre, horta comunitária, salão de festas e quiosques de jogos.
Uma iniciativa elogiável, certamente. Porém, em âmbito nacional, existe pouca preocupação do governo em relação à população acima de 60. Como quase tudo neste país em que o planejamento não é levado a sério, talvez só passem a pensar no assunto quando houver muitos milhares de idosos sem ter onde morar.
