Vi a foto de uma família, o casal e dois filhos, em rede social, lembrando que aquele foi o último registro da família reunida, no réveillon de 2023. Poucos meses depois uma súbita doença atingiu o rapaz, que acabou falecendo após alguns dias de hospitalização. E a esposa lembrava que, na comemoração de ano novo, eles tinham feito muitos planos e projetos para o ano que se iniciava. Ninguém, nem mesmo remotamente, imaginaria que tudo mudaria de forma tão radical e que ele estava vivendo ali uns dos últimos momentos com a família.
A morte do atleta André, do Marreco Futsal, aos 31 anos, no último dia do ano, também abre esse questionamento sobre a imprevisibilidade da vida. Certamente na virada do ano, ninguém pensa que pode ser o último de sua vida, especialmente pessoas jovens e com boa saúde. Esse é um dos mistérios da vida que não conseguimos entender.
Há essa curiosidade em torno do amanhã, muita gente frequenta todo tipo de futurólogo, na expectativa de saber o que virá. Nos finais de ano, esse tipo de gente aparece com frequência nos programas de televisão, fazendo as mais diversas previsões, algumas disparatadas e outras óbvias demais.
Seria interessante que no final de cada ano fosse feita uma comparação entre o que foi anunciado e o que realmente aconteceu. Não seria difícil comprovar que pouco do que foi previsto, tornou-se realidade. É claro que é fácil prever a morte de algum líder idoso, como o papa, um ator ou atriz famosos.
Entendo que o futuro é algo que está além do nosso alcance; inútil tentar desvendá-lo. É um desejo ancestral conhecer o que o futuro nos reserva, talvez até seria de alguma utilidade, poderíamos tentar evitar erros ou acidentes, mas é fato também que a vida se tornaria completamente previsível e até sem graça.
Melhor assim, encarar o futuro sem saber o que nos espera na próxima curva. Assim vivemos tantas situações sem jamais imaginar que pode ser a última vez.
