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Francisco Beltrão
sábado, 21 de junho de 2025

Edição 8.230

21/06/2025

O Natal sem ilusões

A política dividiu famílias e nem o Natal conseguirá a reaproximação.

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Há uma pressa desenfreada e a frenética correria em busca de presentes. Ruas lotadas, filas por toda a parte, as pessoas procuram comprar algo, nem que seja uma barra de chocolate. Nos supermercados, famílias com carrinhos cheios de carne, guloseimas e bebidas. Um ritual que não muda nunca, pode ser um ano difícil, com pouco dinheiro sobrando, mas no Natal dá-se um jeito, gasta-se o décimo terceiro e a comemoração vai sair de qualquer modo.

Na TV aparecem reclamações de que os produtos importados estão muito caros. Confesso que nunca comi bacalhau nas festas natalinas, nem faço ideia do preço. Castanhas e vinhos importados também não são imprescindíveis e há bons panetones de marcas nacionais. Aquela parcela da população que não abre mão de produtos estrangeiros, tem renda suficiente para comprá-los.

Juízes, deputados e os donos do dinheiro certamente não precisarão mudar o cardápio em suas festas de final de ano. As notícias dos últimos dias confirmam que não dá mesmo para esperar que parlamentares e integrantes do judiciário se preocupem com a população. Quase no final dos trabalhos do ano, aprovaram na surdina gordos reajustes em seus rendimentos. Definitivamente, não há espaço para a esperança quando se tem uma classe dirigente como a que comanda este país. E isso não vai mudar com novo presidente, nem com o novo ano.

É Natal, essa época que nos traz recordações amareladas de outros tempos, em que nem sonhávamos em nos preocupar com política e o futuro do país. Mas a vida teima em seguir o seu curso, sempre parecido e nem sempre animador. Talvez venham mudanças, convém não se iludir muito. Já vimos esse filme e conhecemos os personagens, alguns de tétricas lembranças.

Até mesmo os argentinos, que comemoraram loucamente a conquista de sua seleção, já perceberam que tudo continua como dantes. O título mundial não diminui a dureza do cotidiano, que é de inflação absurda e dinheiro curto. Em nosso país, a política dividiu famílias e em muitas delas nem o Natal conseguirá a reaproximação. O que é uma enorme besteira; os poderosos em Brasília, Curitiba, ou em qualquer lugar, estão se lixando para o nascimento de Jesus.

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